Marielle Franco

Miliciano suspeito por assassinato de Marielle Franco morre em confronto com a polícia

No momento do cumprimento do mandado de prisão, ele teria reagido com disparos de arma de fogo e foi alvejado

com informações da Folha de S. Paulo
com informações da Folha de S. Paulo
Publicado em 09/02/2020 às 17:03
Reprodução/Polícia Civil
FOTO: Reprodução/Polícia Civil

O ex-policial militar do Rio de Janeiro Adriano Magalhães da Nóbrega, acusado de comandar a milícia de Rio das Pedras, foi morto na manhã deste domingo (09), em troca de tiros com forças de segurança da Bahia. Desde janeiro de 2019 havia um mandado de prisão expedido contra ele, e o Ministério Público do Rio (MP-RJ) o aponta como chefe do “Escritório do Crime”, que é investigado no inquérito do assassinato de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro morta em 14 de março de 2018. A Secretaria de Segurança Pública da Bahia diz, em nota, que Adriano era suspeito de envolvimento no assassinato.

Apreensão e morte

Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública da Bahia), Adriano estava escondido em uma propriedade na zona rural na cidade de Esplanada (a 160 km de Salvador). No momento do cumprimento do mandado de prisão, ele teria reagido com disparos de arma de fogo e foi alvejado. De acordo com a SSP, o ex-PM chegou a ser socorrido para um hospital da região. Segundo a polícia, Adriano portava uma pistola austríaca calibre 9mm —além dela, foram encontradas duas espingardas e um revólver.

Investigadores que participaram da operação também encontraram no imóvel 13 aparelhos celulares, que estavam escondidos em diferentes cômodos da casa. O caso foi registrado no Draco (Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado) da Bahia. A formalização da ocorrência, contudo, foi repassada para as equipes da Polícia Civil fluminense, que deu apoio com informações acerca das investigações.

Nota do PSOL

O PSOL, partido da vereadora assassinada Marielle Franco, emitiu nota após saber da morte de Adriano:

“Na manhã deste domingo ficamos sabendo pela imprensa que Adriano da Nóbrega, miliciano ligado a Flávio Bolsonaro e um dos chefes da milícia conhecida como Escritório do Crime, foi morto pela polícia na Bahia. Adriano estava foragido e era suspeito de envolvimento no assassinato de nossa companheira Marielle Franco e Anderson Gomes.

A Executiva Nacional do PSOL exige esclarecimentos sobre as circunstâncias da morte do miliciano e, através de sua Executiva Nacional, de sua direção regional Bahia e parlamentares, solicitará uma audiência com a Secretaria de Segurança Pública daquele estado para obter maiores informações, uma vez que Adriano da Nóbrega era peça chave para revelar os mandantes do assassinato de Marielle e Anderson. Avaliaremos medidas que envolvam também autoridades federais. Seguimos exigindo respostas e transparência para pôr fim à impunidade.

Marielle e Anderson: presentes!

Executiva Nacional do PSOL
São Paulo, 9 de fevereiro de 2020“