Persistência, esperança e coragem são as três palavras que remetem a jovem Débora Dantas, vítima de acidente de kart, que teve o couro cabeludo após uma corrida em um estacionamento de um supermercado, em agosto de 2019, na Zona Norte do Recife. A auxiliar que está finalizando os tratamentos em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, mostrou na manhã desta terça-feira (11), a primeira pigmentação da sobrancelha e sua nova peruca
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Desde o mês do acidente, Débora é acompanhada no Hospital Especializado de Ribeirão Preto, referência no País em microcirurgia de alta complexidade. O tratamento deve durar cerca de dois anos, de acordo com a equipe médica.
Processo
A jovem denunciou no dia 12 de janeiro, a rede de supermercados que teria suspendido o pagamento do tratamento no interior de São Paulo, exigindo que ela abrisse mão de processar o grupo.
De acordo o advogado, o grupo Big Bompreço, antigo Walmart, retomou o pagamento do tratamento, além do custeio de alimentação e hospedagem.
Esclarecimento
Em nota, o Big Bompreço afirmou que “jamais se negou, nem se negará, a custear os procedimento necessários à plena recuperação da saúde (de Débora)." O comunicado informou ainda que Débora havia apresentado uma lista de pedidos “que não guardam nenhuma relação com o acidente ou com a sua saúde, como: financiamento de curso preparatório de sua escolha, em qualquer lugar do mundo; financiamento do curso da Universidade de Medicina de Harvard; custeio de plano de saúde internacional; casa em Longwood, nos EUA; e pagamento do valor de 10 milhões de dólares."
Em resposta, a jovem afirmou que a lista teria sido enviada após uma conversa informal com uma representante do Walmart, quando ela ainda estava internada em Ribeirão. “Me pediram para eu dar um preço para mim. Eu não sabia, não tinha experiência. Não sou advogada”, justificou a jovem.
Débora, no entanto, afirmou a vontade de prosseguir com o tratamento nos Estados Unidos. “Na época do acidente, fui informada que havia dois locais para tratamento: Houston, nos Estados Unidos, e Ribeirão, em São Paulo. Mas a primeira opção era Houston. Eu não fui porque não tinha passaporte”, explicou. “Lá, existem outras metodologias e opções, que podem me ajudar a ter o meu cabelo. Infelizmente, nossa tecnologia não é avançada no Brasil”, pontuou.
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Lei do kart no Recife
A Prefeitura do Recife sancionou uma lei que estabelece normas básicas de segurança para o funcionamento de kartódromos no Município. A medida foi publicada no Diário Oficial desse sábado (07) e tem efeito imediato.
A lei nº 18.688/2019 considera, como exigências, a disponibilidade aos clientes de itens de segurança como capacete, balaclava descartável, luvas, elásticos para pilotos com cabelos compridos e macacão especial para amortecer o impacto em caso de queda.
Segundo o texto, todas as empresas precisam colocar cartazes e avisos sobre cuidados na utilização dos karts, como perigo de contato com partes rotativas, energizadas, superfícies quentes e com o combustível dos veículos, além de determinar que as empresas promovam a manutenção permanente dos karts.
A lei engloba toda e qualquer atividade comercial de treinos e corridas que não esteja dentro das normas da Federação Internacional de Automobilismo, Comissão Internacional de Kart, Confederação Brasileira de Automobilismo e Federações estaduais de automobilismo.
A multa para as empresas que não obedecerem à lei será de R$ 10 mil, além da suspensão das atividades durante 30 dias. Em caso de reincidência, haverá cassação definitiva da permissão de funcionamento. A fiscalização ficará com a Prefeitura do Recife.
O acidente
O acidente que escalpelou Débora, no dia 11 de agosto de 2019, ocorreu em uma pista de kart que funcionava há um mês no supermercado Walmart de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. O local foi interditado e não retomou as atividades.