O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, concedeu entrevista à Rádio Jornal, nesta quarta-feira (24), e ao ser perguntado o presidente da República, Jair Bolsonaro, ‘’aguenta até o final do mandato’’, comentou que as declarações polêmicas e discussões precisam ser evitadas, pois geram instabilidades.
>>Confira na íntegra a entrevista com Sergio Moro
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“O país precisa de um acerto de rumos, com mais estabilidade. Evitar declarações polêmicas porque isso afugenta investidores. Não podemos, por exemplo, ficar discutindo atualmente temas da guerra fria como comunismo ou ainda lá trás como o fascismo. Estamos no meio da pandemia e vamos ter um baque econômico severo, além da agenda do século XX que não resolvemos como a educação de qualidade para todo mundo, a retomada do crescimento econômico, a desigualdade. É muito fácil mudar, basta o Governo Federal evitar essas declarações que geram instabilidade", analisou.
Incômodo com Jair Bolsonaro
Há dois meses, Sergio Moro deixou o ministério alegando interferência do presidente da República no comando da Polícia Federal. O ex-juiz da Lava Jato criticou a falta de apoio de Jair Bolsonaro na implementação de uma agenda anticorrupção no Governo Federal.
“O que me incomodou mais foi a falta de um apoio a agenda anticorrupção. Chegou um momento que me vi sozinho defendendo essa bandeira no governo Bolsonaro. Rodrigo Maia disse que quer colocar a PEC da prisão em segunda instância em agosto. Vai ser um teste para o país, afinal de contas, estamos querendo voltar àquele passado de impunidade dos crimes dos poderosos ou queremos avançar para ter uma democracia e uma economia mais robusta? Esse foi um ponto, por exemplo, que eu entendo que o presidente não cumpriu com sua palavra comigo”, afirmou.