Uma das grandes esperanças para o combate ao novo coronavírus estava sendo a vacina produzida na Universidade de Oxford, no Reino Unido, mas os testes temporariamente suspensos. a interrupção aconteceu depois que um dos voluntários apresentou uma reação adversa. Em relação ao assunto, o diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia, Antônio Bandeira, concedeu entrevista ao Por Dentro com Cardinot, nesta quarta-feira (09).
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De acordo com Cinthya Leite, da coluna Saúde e Bem-Estar, do Jornal do Commercio, a AstraZeneca é a empresa responsável por desenvolver uma vacina contra a covid-19, em parceria com a Universidade de Oxford. Os testes no Brasil são feitos em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O que é que pode inviabilizar os testes de uma vacina?
Tem que prezar muito pela segurança. Não adianta colocar um produto nas ruas e dar problema. Houve um efeito adverso provavelmente grave. Especula-se que foi um caso de mielite transversa, onde o indivíduo perde as movimentações e as sensibilidade. Ainda não está definido, mas tudo indica que possa ser isso. Quando acontece, há um tendência de suspensão provisória. Aquelas pessoas que estariam para tomar a vacina não vão tomar, neste momento.
O ensaio é ‘cego’. Vão verificar se foi a vacina da covid-19 ou outra?
Na vacina, neste ensaio, nem o voluntário sabe o que está tomando e nem o médico. Tem toda uma organização, vai em código e se sabe o que cada um tomou. Se foi a vacina da covid-19, e se teve esse adverso grave, é realmente muito sério. Se não foi, se tomou outro produto, pode ser que seja reavaliado (a suspensão da pesquisa).
A pessoa é obrigada a tomar ou não a vacina e quando repassar para a população?
Ninguém pode ser obrigado a tomar a vacina. É um produto e vai chegar no mercado. Acho que existe um encurtamento nesse tempo. A gente não tem saída e nada eficaz contra a covid-19. A população tem muita dificuldade nas medidas de prevenção. A vacina chega como esperança. É uma situação que está se buscando para resolver um problema sério. Você negocia. É mais importante a vacina que se pesquise com período menor e mostrando que produza que anticorpos e saio vacinado ou espero três ou quatro anos (para vacinar a população.
Reinfecção do novo coronavírus
O infectologista Antônio Bandeira já havia comentado, inclusive, sobre a possibilidade das pessoas serem infectadas novamente com o novo coronavírus após os pesquisadores da Universidade de Hong Kong anunciaram que descobriram o primeiro caso de reinfecção do novo coronavírus. A descoberta analisou um homem diagnosticado novamente com a covid-19 meses após contrair a doença.
O que é coronavírus?
Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
Como prevenir o coronavírus?
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
- Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização.
- Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
- Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
- Evitar contato próximo com pessoas doentes.
- Ficar em casa quando estiver doente.
- Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
- Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
- Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (máscara cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).
- Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.