Solidariedade

Campanha incentiva a doação de órgãos e discute autorização familiar

O Ministério da Saúde lançou a campanha nacional de incentivo à doação de órgãos com o tema: “Doe órgãos. A vida precisa continuar”

Governo Federal
Governo Federal
Publicado em 25/09/2020 às 11:01
Rovena Rosa/ABr
FOTO: Rovena Rosa/ABr

Neste ano, entre os meses de janeiro e julho, foram realizados 9.952 transplantes de órgãos e tecidos no Brasil, que deram às pessoas uma nova oportunidade de viver.

Para que chances como essas alcancem cada vez mais brasileiros, o Ministério da Saúde lançou a campanha nacional de incentivo à doação de órgãos com o tema: “Doe órgãos. A vida precisa continuar”.

>> Hemope tem estoques baixos por causa do coronavírus e convoca doadores; veja como doar

>> Veja a importância da doação do leite materno e como doar

>> Pernambuco registra queda de 30% na quantidade de doadores de medula óssea durante a pandemia

>> Doação de sangue: Guia com novos critérios de triagem é publicado

>> Veja como doar para Rede de Bancos Populares de Alimentos

Autorização familiar

A campanha chama a população brasileira a discutir o tema da doação de órgãos tecidos e a importância desse ato para salvar vidas. Também destaca um fator fundamental para tornar possível uma doação: a autorização da família.

No país, até o final de julho, 46.181 pacientes aguardavam por um transplante. Durante o lançamento da campanha, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, incentivou a população a doar órgãos e destacou a importância da decisão de doar e das famílias compreenderem e apoiarem esse ato.

“Convido todos nós a realmente refletir sobre isso e sobre como podemos influenciar no prosseguimento da vida de muitas pessoas”, disse o ministro. “Como a família não paga e não recebe nada por isso, é apenas um ato de amor, a compreensão de que a vida deve continuar e que isso faz parte do processo. Doar os órgãos, compreender e apoiar a decisão”, acrescentou.

SUS

O Brasil tem o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). O SUS é responsável pelo financiamento de cerca de 95% dos transplantes no País.

“Nosso País, junto com o maior Sistema Único de Saúde do mundo, que é o SUS, também é referência mundial com o maior sistema público de transplantes do mundo. Então, o Brasil é superlativo. É uma grande responsabilidade para nós que trabalhamos no SUS de manter e melhorar isso”, afirmou o ministro.

Uma nova chance

A assessora parlamentar, Edilamar Carvalho, de 51 anos, mora em Brasília e, em 2010 descobriu que havia nascido com um rim atrofiado. Ela começou a fazer hemodiálise diariamente, o que trouxe muitas restrições para sua rotina e preocupação. Edilamar descobriu entre os irmãos a compatibilidade para um transplante. A irmã doou o rim e, agora, a assessora comemora a vida nova.

“Hoje, minha irmã vive super bem. E ela pode me dar a oportunidade de viver minha vida normal. Tomo minha medicação rigorosamente, mas não me impede de nada, não tenho restrição de nada. Trabalho, nado, estudo, tenho vida normal”, contou.

E fez um pedido: “Aquele que puder, faça a doação, porque com ela você está salvando uma vida. Doe, porque seu órgão vai estar trazendo uma vida e tirando toda a preocupação e o medo que aquela pessoa estava”.

Impacto da Covid-19

Durante o lançamento da campanha, foi apresentado um balanço sobre a doação de órgãos, tecidos e células. Os dois órgãos mais transplantados ao longo de janeiro a julho de 2020 foram o rim (2.759) e o fígado (1.169), seguidos por coração (173), pâncreas-rim (55), pulmão (35), pâncreas (17). Foram transplantados ainda córnea (4.163) e medula óssea (1.580).

Em todo o mundo, o número de transplantes sofreu um impacto provocado pela Covid-19. A queda no Brasil começou a ser observada na segunda quinzena de março. De janeiro a julho de 2019, foram realizados 15.827 transplantes. No mesmo período em 2020, foram 9.952 procedimentos. As doações de órgãos em 2020 também tiveram queda de 8,4% em relação aos dados de 2019.

Enquanto alguns países paralisaram os programas de transplantes, o Brasil manteve as atividades com redução de cerca 40%. A tendência é de retomada gradual.

Uma boa notícia, segundo o Ministério da Saúde, é que neste ano houve redução da taxa de recusa familiar para a doação de órgãos. A taxa caiu de 39,9%, no período de janeiro a julho de 2019, para 37,2% no mesmo período de 2020.

A campanha

Todos os anos, em função do Dia Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos, em 27 de setembro, o Ministério da Saúde lança uma nova campanha de conscientização sobre a importância da doação de órgãos.