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COVID-19: Fim do distanciamento social pode gerar 'síndrome da cabana'

Especialistas orientam para que as pessoas fiquem atentas aos sinais da 'síndrome da cabana' e busquem ajuda profissional, caso precisem

TV Jornal
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Publicado em 19/10/2020 às 11:01 | Atualizado em 10/05/2023 às 9:03
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FOTO: Reprodução/Internet

O retorno à rotina de antes da pandemia de covid-19, a flexibilização das medidas protetivas, o fim do isolamento ou do distanciamento social podem causar em algumas pessoas um fenômeno que os psicólogos chamam de “síndrome da cabana”.

Apesar do nome, não é uma doença e nem é considerado transtorno mental, mas um acometimento, um estresse adaptativo.

Acomete pessoas que possam passar por dificuldades emocionais ao ter que sair do estado de retiro em sua casa e voltar às atividades presenciais no trabalho, às compras no comércio ou tenham que comparecer a uma repartição pública.

“Eu tenho pacientes que ainda estão muito angustiados por não ter vacina contra a covid e a vida estar voltando à rotina de trabalho”, relata a psicóloga Célia Fernandes, de Brasília, acostumada a lidar com demandas provocadas por medo e angústia. 

A psicóloga Ana Carolina de Araujo Cunto, do Rio de Janeiro, explica que o momento de suspensão do distanciamento pode ser desafiador para algumas pessoas.

“Essa transição de sair do ambiente confortável, e controlado, para o mundo lá fora pode soar como uma coisa ameaçadora, assustadora. A pessoa pode sim ter dificuldade em retomar essas atividades e sofrer”.

Fim do distanciamento social

A retomada das atividades pode ser pouco produtiva no momento inicial. As psicólogas orientam para que as pessoas fiquem atentas aos sinais de ansiedade, medo e até pânico.

Pode haver desconfortos como taquicardia, sudorese e dificuldade de dormir. O apetite pode mudar, desde a perda da fome até a ingestão de maior número de alimentos.

As psicólogas orientam que cada pessoa mensure o seu estresse adaptativo.

Se for muito difícil a retomada, tente se lembrar das estratégias que usou para outros desafios, busque apoio em sair de casa em sua rede socioafetiva, formada por familiares, amigos e vizinhos, e se tiver fé, acione a espiritualidade.

Outra dica é ensaiar a saída, iniciando com uma descida até a portaria do prédio ou ao portão da casa. Depois, em outro momento, alguns passos na rua, e mais adiante, passeios maiores para restabelecer a confiança.