PEC EMERGENCIAL

Novo auxílio emergencial: com custo de R$ 34,2 bilhões, veja valor e parcelas de cenário mais provável, segundo o Senado

Ainda não há aprovação do novo auxílio emergencial, nem definição de seu valor, mas a Instituição Fiscal Independente (IFI) já desenha simulações do impacto nas contas se a PEC Emergencial for aprovada

Karina Costa Albuquerque
Karina Costa Albuquerque
Publicado em 23/02/2021 às 8:57 | Atualizado em 27/10/2022 às 6:34
Filipe Jordão / JC Imagem
FOTO: Filipe Jordão / JC Imagem

Nesta segunda-feira, o diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI), Felipe Salto, apresentou à imprensa o Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) de fevereiro de 2021.

Durante a apresentação, foram destacados o custo das medidas de enfrentamento à covid-19, incluindo os efeitos de uma nova rodada do auxílio emergencial sobre as contas públicas, e os mecanismos para seu encaixe no Orçamento.

De acordo com a análise, o crescimento do produto interno bruto (PIB) este ano deverá ser de 3%.

Novo auxílio emergencial

Os gastos para mitigar os efeitos da pandemia de covid-19 deverão ultrapassar R$ 64 bilhões, sendo mais da metade destinados a um eventual novo auxílio emergencial.

Ainda não há aprovação do benefício nem definição de seu valor, mas o documento desenha simulações do impacto nas contas do governo.

O cenário considerado mais provável para o novo auxílio emergencial aponta um custo de R$ 34,2 bilhões, considerando pagamento de quatro parcelas de benefício de R$ 250 para 45 milhões de brasileiros.

Ainda considerando um auxílio emergencial de R$ 250, um cenário com seis parcelas mensais, alcançando 50 milhões de beneficiários, custaria R$ 58,7 bilhões.

Um cenário considerado otimista do ponto de vista estritamente fiscal abrangeria, em quatro meses, um número menor de beneficiários, a depender da legislação que criará o auxílio e os requisitos para entrada no novo programa.

"O governo, hoje, já tem um maior controle a respeito destes dados em razão da experiência do ano passado e provavelmente deverá conseguir uma maior capacidade de previsão desse gasto para 2021", ressaltou Felipe Salto.

PEC Emergencial permite novo auxílio emergencial

A PEC emergencial (PEC 186/2019), com votação prevista para quinta-feira (25) no Senado, é interpretada como meio de viabilizar a nova rodada de auxílio emergencial sem risco de ultrapassar os limites das metas fiscais e do teto de gastos.

Felipe Salto avalia que o texto em análise é bastante complexo e a emenda à Constituição não resolverá todos os problemas sem um programa de ajuste fiscal de médio e longo prazo.

Da mesma forma, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) terá que discutir compensações fiscais no Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) para bancar o auxílio, ou o governo terá que apelar a crédito extraordinário.