Eduardo Pazuello, ministro da Saúde, admitiu que a pandemia do novo coronavírus se agravou no Brasil.
Nessa quinta-feira (25), o Brasil registrou, em apenas 24h, 1.582 mortes pela covid-19. É o recorde no número de mortes desde o início da crise sanitária no país no início do ano passado.
A velocidade de transmissão de novas cepas aumentaram os números dos casos, segundo Pazuello. Em todas as regiões do país, já há notificações de colapso ou de quadro extremamente crítico.
"Na nossa visão estamos enfrentando nova etapa dessa pandemia, hoje o vírus mutado nos dá três vezes mais a contaminação", disse o ministro, segundo relatou o jornal Extra
"A velocidade com que isso acontece em pontos focais pode surpreender o gestor em termos de estrutura de apoio. Essa é a realidade que vivemos hoje no Brasil", continuou.
"Não está centrado apenas no Norte e Nordeste, hoje você vê outros locais que nessa época do ano não estavam impactados. E precisamos estar alertas e preparados para isso”, completou Pazuello.
Apesar disso, o ministro não falou sobre medidas mais duras de contingenciamento do vírus. O presidente Jair Bolsonaro é contra medidas de distanciamento social.
De acordo com a reportagem do Extra, após a fala do ministro, o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Eduardo Lula, e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Willames Freire, disseram que este é o momento mais difícil desde o início da pandemia.
Gestores municipais e estaduais defenderam mais medidas de restrição de circulação de pessoas para diminuir a transmissão do vírus.
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Estado crítico da pandemia
O presidente do Conass, Carlos Eduardo Lula, disse que 15 estados do país já estão com ocupação de leitos destinados a pacientes com covid-19 acima de 90%.
"A gente vive um momento diferente no enfrentamento, é o momento mais difícil que a gente tem desde a confirmação do primeiro caso. A gente nunca teve tantos estados com tanta dificuldade ao mesmo tempo", analisou.
"Não é hora de a gente fazer festa, não é a hora de estar junto, porque o que a doença precisa é de ambientes fechados com pouca circulação de ar", concluiu.