Pandemia

Hospitais de Pernambuco estão em colapso, afirma presidente do sindicato dos Hospitais do Estado

De acordo com o sindicato dos hospitais, os leitos que vagos estão sendo higienizados para esperar pacientes da lista de espera

Gabriel dos Santos Araujo Dias
Gabriel dos Santos Araujo Dias
Publicado em 08/03/2021 às 10:42 | Atualizado em 03/01/2023 às 10:39
(Bruno Kelly/Reuters)
FOTO: (Bruno Kelly/Reuters)

Para o Sindicato dos Hospitais de Pernambuco, não há mais como negar que o Estado já enfrenta um colapso no sistema de saúde.

A afirmação foi feita pelo presidente da instituição, o médico sanitarista George Trigueiro, na manhã desta segunda-feira (8), em entrevista ao Passando a Limpo, da Rádio Jornal.

Trigueiro traçou um paralelo entre os índices de ocupação de leitos nos hospitais públicos e particulares. “A informação de ocupação de 95% das UTIs, refere-se ao setor público.

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Leitos de UTI para o tratamento de pacientes com Covid-19

São cerca de 1.050 leitos ativados e, hoje, só tem 53 vagas disponíveis. Essas vagas estão em limpeza para receber quem está na lista de espera.

Nos hospitais privados, segundo a Secretaria Estadual de Saúde, já temos 91% dos leitos ocupados. A perspectiva é que quando chegasse a 80%, já estaríamos à beira do colapso.

Já dizíamos que a primeira onda não tinha passado, que a segunda onda viria aumentando com uma intensidade muito grande, que ia chegar ao pescoço e a gente ia tomar um caldo.

A sensação é que estamos enfrentando um tsunami. Realmente, a situação é de colapso. Não temos o que negar”, declarou o presidente.

Desrespeito as medidas de convivência com a Covid-19

Em meio ao agravamento da pandemia e elevação nos números de leitos ocupados, muita gente ainda desrespeita as regras de isolamento social, o que é preocupante segundo o especialista.

“Vimos nesse final de semana que as pessoas não estão compreendendo. Vi uma reportagem sobre uma balada aqui na área metropolitana, todo mundo sem máscara e até droga encontraram" disse Trigueiro.

"A situação é difícil”, concluiu.

O profissional também falou sobre as cirurgias eletivas que foram suspensas no Estado.

“A partir de hoje, dia 8 de março, são suspensas as cirurgias eletivas nos hospitais", disse.

"Hoje, os hospitais estão cheios dessas cirurgias inadiáveis, essenciais, que ficaram reprimidas por quase um ano, mas os hospitais estão cheios com esses outros pacientes”, comentou.

Confira a entrevista na íntegra: