O São João vai além das deliciosas comidas típicas e das animadas quadrilhas. Para muita gente que mora no interior de Pernambuco, os meses de junho e julho são aguardados o ano inteiro. É que a festa representa boa parte - em alguns casos, a maior fatia - da receita anual de milhares de famílias. Na capital do Forró, Caruaru, que anunciou, nesta quarta-feira (7), o cancelamento do evento deste ano por causa da covid-19, a prefeitura estimou que o prejuízo do não acontecimento do evento no ano passado foi de R$ 200 milhões.
Segundo a Secretaria de Cultura de Pernambuco, em 2019, o São João movimentou R$ 434 milhões em todo o Estado. O montante representa 25% a mais da receita gerada em 2018, quando os festejos trouxeram R$ 347 milhões às cidades pernambucanas.
Além de Caruaru, no Agreste, cidades como Gravatá e Bezerros, na mesma região, Petrolina e Arcoverde, no Sertão, também têm grandes e tradicionais festas juninas. Até esta quarta-feira, apenas Caruaru confirmou oficialmente o cancelamento do evento. Entretanto, é provável que, a exemplo de Caruaru, as demais cidades também cancelem a festa por causa da pandemia do novo coronavírus.
Turismo
As festas de São João atraem turistas de vários estados e países. Em 2019, de acordo com pesquisa do governo estadual, o fluxo total de turistas foi de 880.319 pessoas. Entre os Estados que mais enviaram turistas estão, Bahia (8,84%), Paraíba (4,77%), Alagoas (3,67%) e São Paulo (2,48%).
Entre os estrangeiros, 20% eram argentinos. Espanhóis, franceses, portugueses e uruguaios representaram 10% cada. Naquele ano, também de acordo com o governo estadual, a taxa de ocupação na rede hoteleira chegou a 83,39% durante o São João - 14,4% a mais do que em 2018.
Outros segmentos
Além do setor hoteleiro, também perdem com a falta de festa bares, restaurantes, além de ambulantes formais e informais que trabalham nos principais polos das festas.
Confira entrevista com o Presidente da Fundação de Cultura e Turismo de Caruaru, Rubens Júnior: