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Advogado diz que policiais suspeitos de agressão à vereadora no Recife durante protesto corriam risco de vida

A declaração foi dada em entrevista à TV Jornal depois do depoimento dos quatro policias da Rádio Patrulha

TV Jornal
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Publicado em 08/06/2021 às 18:20 | Atualizado em 24/10/2022 às 15:18
Felipe Ribeiro/JC Imagem
FOTO: Felipe Ribeiro/JC Imagem

Com informações de Leonardo Baltar.

Prestaram depoimentos na delegacia da Rio Branco, no Recife Antigo, os quatro policiais da Rádio Patrulha.

Eles são suspeitos de terem agredido com spray de pimenta a vereadora Liana Cirne (PT) durante protesto no dia 29 de maio e de não terem prestado socorro ao adesivador de carros Daniel Campelo, que teve o olho atingido por bala de borracha e não participava do ato.

De acordo com Rafael Nunes, o advogado que representa os policiais, os quatro foram convidados a prestar depoimento, mas disse que não há inquérito contra eles.

Por enquanto, eles estão afastados das atividades de rua até o fim da investigação. Mesmo com as imagens feitas no dia da manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o advogado defendeu a postura dos policiais.

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''A quantidade de manifestantes era muito em relação ao número de policiais. Não era um movimento pacífico e sim de depredação. Houve gente presa em flagrante" comentou.

"O movimento era ilegal e indo contra o decreto do Governo do Estado (de evitar aglomeração). Tem que ser mostrado os dois lados. A Polícia Militar não tinha outra alternativa se não agir daquela forma'', afirmou.

Advogado afirma que os policiais corriam risco de vida

O advogado também afirmou que os policiais estavam correndo risco de vida.

Ainda segundo ele, a vereadora estava tentando a liberação de um manifestante que estaria na viatura e só não foi detida porque os policiais estariam em menor número.

Nesta terça-feira (08), Liana Cirne esteve na mesma delegacia e também prestou depoimento, e negou que existisse alguém detido naquela viatura.

''A Polícia Militar não tinha noção. Os policiais estavam atordoados, prezando pela segurança da missão e da própria vida, não tinha condição de aferir o que de fato tinha acontecido", defendeu o advogado.

"Tinham muitos vândalos [...] Omissão de socorro é quem não para. Eles pararam, e não ocorreu em nenhum momento omissão de socorro'', afirmou Rafael Nunes.

Por que não socorreram o adesivador?

Em relação ao fato dos policiais não terem prestado socorro ao adesivador Daniel Campelo, o advogado disse que eles poderiam ser agredidos se tivessem parado para prestar socorro.

As imagens feitas logo após Daniel ser atingido mostram alguns policiais descendo da viatura e pouco tempo depois indo embora.

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''Eles preferiram preservar sua própria vida. Tinham vândalos querendo quebrar a viatura. Eles não foram agredidos porque deu tempo de ir embora'', completou o advogado.