A reportagem da TV Jornal entrou em contato com o infectologista Felipe Prohaska nesta quarta-feira (9), para entender melhor e tirar algumas dúvidas da população sobre a Mucormicose, conhecida popularmente por "Fungo preto".
O especialista esclareceu sobre como o ocorre a transmissão da doença, falou sobre a questão de medicamentos específicos para tratar o fungo e respondeu se o Sistema Único de Saúde (SUS) trata a infecção.
"A mucormicose é transmitida pelo solo contaminado por esse fungo. Você tem que ter uma manipulação do solo para poder inalar os espólios do fungo e, em algumas pessoas, essa inalação pode desenvolver a doença, principalmente pessoas que têm problemas de imunidade como transplantados, como também diabéticos graves", explicou o médico.
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Transmissão acontece de pessoa para pessoa?
Dr. Felipe reforçou que a transmissão não acontece de pessoa para pessoa. "Com relação à transmissão, ela não acontece de pessoa para pessoa. Ela precisa ter essa história de manipulação do solo ou até mesmo madeira em estado de decomposição em locais fechados, que podem ter essa concentração do fungo", disse Prohaska.
O SUS trata a doença?
De acordo com o especialista, o Serviço Único de Saúde - SUS trata a doença, que possui um tratamento caro.
"Existe tratamento específico, um tratamento inclusive bastante oneroso, com medicações antifúngicas específicas para ele (fungo negro). Nós temos essas duas medicações disponíveis no SUS. Além de você ter as medicações, há a necessidade de procedimentos cirúrgicos de repetição, para poder ir limpando o que a gente chama de necrose para tentar diminuir a capacidade do fungo de se proliferar e crescer no tecido humano", afirmou.
Afinal, por que o nome 'fungo negro'?
"É conhecido como fungo negro por causa das lesões de pele, ele causa lesões chamadas de necrose, a morte do tecido pelo fungo. Isso faz com que tenham lesões enegrecidas, por isso esse nome popular de fungo negro", finalizou o infectologista.