Saúde pública

Olinda distribuirá absorventes higiênicos femininos de graça nas escolas de rede, a partir de agosto

A Prefeitura de Olinda anunciou que a partir do próximo semestre fará a distribuição mensal gratuita de absorventes para estudantes de toda rede municipal

Fabiani Assunção
Fabiani Assunção
Publicado em 15/06/2021 às 19:18 | Atualizado em 14/09/2022 às 18:06
WELINGTON LIMA/TV Jornal
FOTO: WELINGTON LIMA/TV Jornal

A Prefeitura de Olinda anunciou na tarde desta terça-feira (15) que a partir do próximo semestre fará a distribuição mensal gratuita de absorventes higiênicos para estudantes de toda a rede municipal.

A medida vai beneficiar cerca de 6 mil meninas, com idades entre 11 e 16 anos, matriculadas nas 89 unidades municipais de ensino.

"Toda primeira semana de cada mês, a partir do inicio de agosto, cada aluna receberá um pacote de absorventes", disse o secretário de educação da cidade, Paulo Roberto Souza Silva.

"Com isso, a gente espera reduzir a ausência dessas meninas na escola no período menstrual, porque, principalmente nesse momento que estamos vivendo, de pandemia e uma enorme crise econômica, esse é um problema real que nossos gestores vem observando e que tínhamos que combater", declarou.

Ainda de acordo com o secretário, Olinda é a primeira cidade em Pernambuco a adotar esta iniciativa, que custará R$ 144 mil ao ano e R$ 12 mil ao mês ao município.

Medida adotada também em São Paulo, Maranhão e Distrito Federal

Na última segunda-feira (14) o governo de São Paulo anunciou um aporte de R$ 30 milhões para a compra de absorventes que serão distribuídos nas escolas estaduais.

O programa, batizado de Dignidade Íntima, também prevê a formação dos profissionais que atuam na rede de ensino para abordarem o tema em sala de aula.

Cerca de 1,3 milhão de meninas entre 10 e 18 anos serão alcançadas pelo projeto.

No mês passado, o governo do Maranhão também informou o início da distribuição de absorventes a estudantes da rede pública estadual.

Em janeiro, o Distrito Federal publicou uma lei que estabelece a entrega de absorventes a mulheres e adolescentes de baixa renda nas unidades básicas de saúde e nas escolas da rede pública.

> POLÊMICA: Mulher bebe menstruação e lança curso sobre a prática; Veja o vídeo 

Pobreza Menstrual

Não é de hoje que ativistas da luta feminista denunciam e chamam de pobreza menstrual a escassez de recursos para cuidados íntimos durante a menstruação que afasta as meninas das escolas.

Uma pesquisa brasileira divulgada no mês passado revelou que uma em cada quatro alunas no país já se ausentou das aulas por não ter condições de comprar absorventes durante a menstruação.

Num cenário mundial, um estudo lançado também no mês passado pelo Fundo de População das Nações Unidas - UNFPA - e o Fundo das Nações Unidas para a Infância - o Unicef - mostrou que 713 mil meninas vivem sem terem acesso a um banheiro ou mesmo um chuveiro em casa.

Além disso, 4 milhões não tem acesso a absorventes, banheiros e sabonetes nas escolas.