CORONAVÍRUS

VACINAS CONTRA A COVID-19: Alteram o DNA? Podem causar infertilidade? Tire essas e outras dúvidas

Muitas pessoas têm dúvidas sobre possíveis reações e também se questionam se a associação das vacinas contra a covid-19 com o álcool causa problemas

Gustavo Henrique
Gustavo Henrique
Publicado em 09/07/2021 às 9:00 | Atualizado em 29/07/2022 às 13:57
Victor Patrício/Prefeitura de Camaragibe
FOTO: Victor Patrício/Prefeitura de Camaragibe

A vacinação contra o novo coronavírus é uma questão delicada, especialmente por causa do tempo recorde em que foram desenvolvidas, na tentativa de combater a pandemia causada pela covid-19.

Por esse motivo, muitas dúvidas e mitos têm surgido sobre as diferentes vacinas, especialmente relacionados com a sua segurança e eficácia.

A seguir apresentamos uma lista das dúvidas mais frequentes, explicadas e esclarecidas com base em evidências científicas. 

Associação da vacina contra a Covid-19 ao álcool

A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), envolvida nas decisões do Programa Nacional de Imunização (PNI), informou que nenhuma vacina, incluindo todas para prevenir a covid-19, contraindica o consumo de bebidas alcoólicas ou exige precauções.

Não há qualquer interferência na resposta imunológica ou aumento do risco de eventos adversos.

É importante ressaltar, no entanto, que o uso crônico e abusivo de álcool pode enfraquecer o sistema imunológico, aumentar o risco de infecções por vírus e bactérias, além de trazer diversos outros prejuízos à saúde e à vida.

Veja perguntas e respostas sobre as vacinas contra a Covid-19

1. A vacina é segura?

A vacina da COVID-19 foi sujeita a vários testes para garantir a sua eficácia, segurança e qualidade. Dessa forma, é considerada uma vacina completamente segura.

2. A vacina é obrigatória?

A vacina contra o novo coronavírus é fornecida gratuitamente e é voluntária, ou seja, só deve ser feita por quem desejar fazer a vacinação, não sendo obrigatória.

Ainda assim, as autoridades de saúde recomendam a vacinação, como meio de proteção individual e para ajudar no controle da pandemia.

3. Quem pode tomar a vacina?

A vacina contra a COVID-19 está indicada para todas as pessoas, no entanto, é aconselhado consultar o médico em algumas situações específicas.

Tais como ter histórico anterior de alergias, principalmente a algum tipo de vacinação, ou ter enfraquecimento do sistema imune, como acontece em pacientes com câncer ou a fazer tratamentos que dificultem o funcionamento do sistema imunológico.

Uma vez que o acesso à vacinação é limitado, cada país implementou um plano de vacinação que divide a população em grupos de prioridade, de forma a providenciar as primeiras vacinas para as pessoas com maior risco de uma infecção grave.

No caso do Brasil, o processo de vacinação acontece em 3 fases distintas:

  • 1ª fase: trabalhadores da área da saúde, pessoas com mais de 75 anos, população indígena e pessoas com mais de 60 anos que vivam em instituições;
  • 2ª fase: pessoas acima dos 60 anos;
  • 3ª fase: pessoas com outras doenças que aumentem o risco de infecção grave por COVID-19, como diabetes, hipertensão, doença renal, entre outras.

4. Posso tomar a vacina da COVID junto com a vacina da gripe?

Não existem estudos que demonstrem a segurança de administrar a vacina da COVID no mesmo momento que a vacina da gripe.

Por esse motivo, o Ministério da Saúde indica que seja feita um intervalo de 15 dias entre cada vacinação.

Além disso, pessoas que sejam chamadas para fazer ambas as vacinas no mesmo período devem dar prioridade para a vacina da COVID-19, fazendo depois a vacinação contra a gripe.

No caso de vacinas contra a COVID-19 que precisam de 2 doses administradas com menos de 1 mês de intervalo, como acontece com a vacina da Pfizer ou com a Coronavac, deve-se primeiro fazer as duas doses dessa vacina e só depois receber a vacina da gripe, respeitando o intervalo de 2 semanas desde a 2ª dose.

Já vacinas que precisam de um intervalo maior entre as doses, como é o caso da vacina da AstraZeneca, a vacina da gripe pode ser administrada entre as 2 doses, desde que seja respeitado o período de 2 semanas a partir da 1ª dose da vacina para a COVID-19.

5. Quem está com sintomas de gripe pode tomar a vacina?

A vacina não é recomendada nessa situação, uma vez que o sistema imunológico encontra-se mais fragilizado.

Além disso, como os sintomas da COVID-19 podem ser confundidos com os da gripe, a recomendação é que a pessoa permaneça em isolamento e espere cerca de 4 semanas ou até os sintomas desaparecerem, caso seja liberado pelo médico, para que a vacina possa ser administrada.

6. Quanto tempo a vacina demora para fazer efeito?

A vacina contra a COVID-19 demora algumas semanas para apresentar o efeito esperado, uma vez que o corpo precisa de tempo para produzir os anti-corpos que irão assegurar a imunidade contra o vírus.

Dessa forma, pessoas que tenham contraído o vírus nas semanas anteriores à vacinação, ou logo após receber a vacina, podem desenvolver sintomas, já que o corpo ainda não possui os anticorpos necessários.

É também importante lembrar que, no caso das vacinas que precisam ser realizadas em 2 doses diferentes, a maior taxa de proteção apenas acontece 2 a 3 semanas após a 2ª dose.

7. Quanto tempo dura a imunidade conferida pela vacina?

Ainda não se conhece a duração da imunidade conferida pela vacina, no entanto, os primeiros estudos sugerem que a proteção se mantenha por, pelo menos, 4 meses, diminuindo gradualmente depois desse período.

Ainda assim, serão necessários mais estudos.

8. Posso ficar doente por tomar a vacina?

Nenhuma das vacinas aprovadas contra a COVID-19 contém o vírus vivo na sua composição. Por esse motivo, a vacina não é capaz de causar uma infecção por COVID-19.

9. A vacina altera o DNA?

A vacina da COVID-19 não causa alterações no DNA.

Embora algumas vacinas contenham pedaços do mRNA do vírus, esses pedaços não alteram em nada o DNA das células humanas, estimulando apenas o sistema imune para produzir anticorpos capazes de combater o vírus.

10. Quem já teve COVID-19, precisa ser vacinado?

A vacinação contra a COVID-19 está indicada mesmo para quem já esteve infectado, uma vez que os estudos apontam que é possível voltar a desenvolver a infecção.

Pessoas com uma infecção ativa não devem fazer a vacinação, sendo orientadas a tomar a vacina mais de 30 dias após o diagnóstico inicial, e caso façam parte do grupo que está sendo vacinado, de acordo com o plano de vacinação.

11. É preciso repetir a vacinação periodicamente?

Não se conhece por quanto tempo a vacina da COVID-19 confere imunidade, por isso não é possível afirmar se a vacinação precisará ser feita de forma periódica.

No entanto, caso se verifique que a proteção é pouco duradoura, é possível que seja necessário realizar a vacinação periódica, principalmente dos grupos de maior risco.

12. Tomar mais que um tipo da vacina aumenta a imunidade?

Ainda não existem estudos que avaliem a imunidade após a administração de dois tipos de vacina contra a COVID-19, por esse motivo, a indicação das autoridades de saúde é que a vacinação seja feita apenas com 1 tipo, na primeira e segunda dose.

13. É possível transmitir o vírus depois de ser vacinado?

A vacina apenas protege contra o desenvolvimento da infecção, o que significa que uma pessoa vacinada, embora tenha pouco risco de desenvolver sintomas, ainda pode transmitir o vírus para outras pessoas, especialmente se não estiverem vacinadas.

14. Deve-se continuar a usar máscara depois da vacinação?

Uma vez que a vacinação não evita completamente a transmissão do vírus, é recomendado que, depois da vacinação, se mantenha as medidas de proteção individual, como uso de máscara, lavagem frequente das mãos e distanciamento social.

Estas medidas devem ser mantidas até que uma grande percentagem da população esteja vacinada ou até que a velocidade de propagação do vírus seja muito baixa.

15. Quais as reações adversas que podem surgir?

Assim como qualquer outro tipo de vacina, a vacina da COVID-19 também pode provocar o aparecimento de alguns efeitos secundários, principalmente dor no local da injeção, cansaço, febre e dor de cabeça.

Porém, estes sintomas geralmente são leves e tendem a desaparecer em poucos dias.

16. É verdade que a vacina pode causar infertilidade?

Não existe qualquer evidência cientifica que indique que a vacina contra o novo coronavírus possa causar infertilidade.

17. Quem não deve fazer a vacinação da COVID-19?

Não existe nenhuma contraindicação definitiva contra a vacinação da COVID-19.

No entanto, mulheres grávidas, crianças ou adolescentes com menos de 16 anos e pessoas com algum tipo de doença grave que possa afetar o sistema imune, como câncer, devem sempre discutir a possibilidade de vacinação com um médico.

18. Grávidas podem tomar a vacina?

Não existem estudos realizados com mulheres grávidas que possam assegurar a segurança da vacina contra a COVID-19.

Por esse motivo, é muito importante que a questão da vacinação seja discutida com o médico obstetra que acompanha a gravidez, de forma a entender quais os potenciais riscos e benefícios.