O homem que é flagrado, por câmeras de segurança, agredindo a esposa permanece foragido. O caso veio à tona e causou revolta após a divulgação das imagens em que uma mulher é espancada pelo marido com golpes de pé de cabra.
A vítima aguarda da Justiça de Pernambuco a liberação da medida protetiva para ela e os filhos de 15 e sete anos de idade.
O registro da denúncia foi feito na Delegacia de Camaragibe nesta segunda-feira (19).
''Ela estava muito abalada, fragilizada e com vergonha. O corpo todo estava machucado, mas precisou isolar a perna e o braço'', contou a comandante da Guarda Municipal de Camaragibe, Débora Lurdes, em entrevista ao programa Por Aqui, da TV Jornal.
A vítima diz que foi espancada por motivos banais. Veja a entrevista abaixo a partir de 01h19:
''É a pior espécie de ser humano''
O programa Por Aqui convidou a delegada e atual deputada estadual, Gleide Ângelo, para comentar o caso.
Ela não poupou palavras e expressou toda a revolta diante do que mostram as imagens de câmera de segurança. As agressões foram feitas pelo marido, que utilizou um pé de cabra, no domingo (19).
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''Em 18 anos de polícia, cada vez eu fico mais indignada. Uma criança se jogando na frente para proteger a mãe enquanto um covarde agride ela", disse.
"Isso não vai sair fácil da criança durante a vida dela. (O agressor) é a pior espécie de ser humano'', comentou em entrevista à TV Jornal.
Qual o papel da polícia?
Nesta segunda-feira (19), a vítima foi levada para fazer exames no Instituto de Medicina Legal (IML) e, em seguida, registar a denúncia na delegacia do município.
Em relações à esses casos, a delegada e deputada estadual afirmou que a polícia não é fazer vingança e sim justiça.
''A polícia tem que ter muito equilíbrio. O papel da polícia é fazer justiça e não vingança. Eu vejo isso há 18 anos. As pessoas precisam entender que essa é a realidade, todos os dias, das mulheres. Nós só queremos ter o direito de viver'', concluiu o comentário Gleide Ângelo durante o programa Por Aqui.
O que é qual a melhor medida protetiva?
Neste mês de julho, as agressões do DJ Ivis contra e ex-esposa causaram revolta nas redes sociais. O caso reacendeu o alerta para o aumento da violência doméstica.
Diante disso, a TV Jornal entrevistou a desembargadora do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), Dayse Andrade, para explicar como as vítimas podem se proteger dos agressores.
As três etapas da medida protetiva inseridas na Lei Maria da Penha, segundo a desembargadora do TJPE:
- Afastamento;
- monitoração eletrônica
- decreto de prisão
De acordo com a desembargadora, a medida protetiva é um recurso que pode funcionar melhor se a mulher incluir no pedido o monitoramento eletrônico, pois ela irá saber se o agressor estará descumprindo a lei.
Um equipamento é entregue desde que seja solicitado pela vítima da agressão. A ex-mulher do DJ Ivis pode recorrer à essa decisão.
''Um dos mecanismos mais eficientes é quando a medida protetiva é incluída na monitoração eletrônica", comentou a desembargadora.
"O agressor fica acompanhado 24 horas por dia e a mulher recebe um equipamento também, para quando o homem se aproxima do espaço em que a Justiça impede, a mulher sabe que quando o agressor está nas redondezas", disse.
"O monitoramento vai avisar a Justiça quando ele violar a área em que ele está proibido de passar'', completou.