Saúde

Pode consumir beber depois de tomar a vacina da Pfizer, Janssen, Astrazeneca, Sputnik V ou Coronavac contra a covid-19?

Muitas pessoas se perguntam se o consumo de bebidas alcoólicas interfere na ação das vacinas contra a covid-19

Karina Costa Albuquerque
Karina Costa Albuquerque
Publicado em 30/07/2021 às 12:11 | Atualizado em 29/04/2022 às 15:44
Arquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil
FOTO: Arquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil

A campanha de vacinação contra o coronavírus (covid-19) está acontecendo em todo o território nacional, e já há vacinas de diversas fabricantes circulando pelo país.

Durante este período de vacinação, uma dúvida que muitas pessoas têm é: após tomar a vacina contra a covid-19, é possível consumir bebida alcoólica? Tem alguma diferença, dependendo do fabricante?

Confira abaixo mais detalhes sobre essas vacinas.

Vacinas contra a Covid-19 e álcool

A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), envolvida nas decisões do Programa Nacional de Imunização (PNI), informou que nenhuma vacina, incluindo todas para prevenir a covid-19, contraindica o consumo de bebidas alcoólicas ou exige precauções.

Não há qualquer interferência na resposta imunológica ou aumento do risco de eventos adversos.

Efeitos do álcool

É importante ressaltar, no entanto, que o uso crônico e abusivo de álcool pode enfraquecer o sistema imunológico, aumentar o risco de infecções por vírus e bactérias, além de trazer diversos outros prejuízos à saúde e à vida. 

>> Antecipar a segunda dose da AstraZeneca compromete a eficácia contra covid-19? Médico responde algumas dúvidas

Pronunciamento do Governo sobre Covid-19 e álcool

A SBIm, junto com o Ministério da Saúde, informou em abril que, até o momento, não existe recomendação voltada ao consumo de álcool e a imunização contra a covid-19.

Dessa forma, estão invalidados os comentários em redes sociais, onde várias pessoas afirmam ter reações alérgica, após tomar a vacina contra a covid-19, ou dizem que é necessário esperar 30 dias

Por meio de nota, o Ministério da Saúde afirmou que “não há nenhuma evidência sobre a relação do álcool com o comprometimento da formação de anticorpos da vacina contra a covid-19”.

Em entrevista para O Globo, Mônica Levi, diretora da SBIm, disse que essa desinformação pode desestimular a população a tomar a vacina contra a covid-19.

Já a biomédica Erica Siu, vice-presidente do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), alertou sobre o alto consumo de álcool.

"A preocupação que a gente tem não é só com a vacina, é por toda a questão do consumo pesado de álcool em tempos de pandemia. É importante que as pessoas tenham um controle do consumo", disse.

Campanhas de vacinação

Além da vacinação contra a covid-19, está acontecendo a Campanha Nacional de Vacinação contra o vírus Influenza (gripe). Promovida pelo Ministério da Saúde em todo o território nacional, a estimativa é vacinar 79,7 milhões de pessoas.

Pessoas que tomaram a primeira ou a segunda dose da vacina contra a covid-19 devem esperar, pelo menos, 14 dias para tomar o imunizante contra a gripe.

Sobre as vacinas

Pfizer

Em parceria com a BioNTech, a Pfizer desenvolveu e testou uma vacina à base de mRNA* para combater o vírus SARS-CoV-2.

A Pfizer selecionou essa tecnologia de vacina baseada em mRNA devido ao seu potencial de alta resposta, segurança e capacidade de rápida produção.

A tecnologia de mRNA pode ainda ser estratégica para cenários de pandemias e epidemias, devido à agilidade em modificação do antígeno codificado, caso necessário, bem como a potencialidade de realização de doses de reforço.

A técnica, na qual apenas um pedaço de material genético é usado, em vez de todo o vírus, nunca havia sido feita antes.

Janssen

Várias são as tecnologias aplicadas nas vacinas que estão em desenvolvimento e/ou já em uso ao redor do mundo, contra a covid-19.

A vacina da Janssen/Johnson & Johnson é uma das que estão aprovadas no Brasil, assim como as vacinas Fiocruz/Oxford/AstraZeneca, Sinovac/Butatan (Coronavac) e Pfizer/BioNTech.

Astrazeneca

A vacina da Fiocruz/Oxford/AstraZeneca tem um percentual de eficácia de 70%, e eficácia ainda mais alta quando considerados apenas os casos graves da doença, evitando mortes.

Os índices de eficácia são obtidos por meio de estudos clínicos. As vacinas só podem ser aprovadas para aplicação na população em geral, caso a segurança e a eficácia pretendidas sejam comprovadas.

Sputnik V

A vacina Sputnik V, desenvolvida pelo Centro Gamaleya, na Rússia, atingiu 91,6% de eficácia contra a Covid-19 e um ótimo perfil de segurança, segundo dados preliminares de uma pesquisa publicada no periódico The Lancet.

Parte das informações já havia sido antecipada em um comunicado no fim de 2020, mas a confirmação dos achados e avaliação de cientistas não envolvidos com o trabalho dá robustez aos dados.

Coronavac

A vacina CoronaVac, desenvolvida pela empresa biofarmacêutica chinesa Sinovac Biotech e produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, em São Paulo, tem como expectativa a produção de cerca de 1 milhão de doses por dia.

Essa vacina foi testada em mais de 12 mil voluntários entre 18 e 59 anos, não apresentou efeitos colaterais graves em nenhum deles e apenas 35% dos voluntários apresentaram algum tipo de reação adversa, porém todas elas classificadas como em grau leve, como dor local e febre baixa.