TALIBÃ

É falso vídeo que circula no WhatsApp e mostra supostos membros do Talibã executando mulher

Segundo os relatos da mídia profissional e da ONG Middle East Media Research Institute (MEMRI), a mulher foi morta na Síria.

Gustavo Henrique
Gustavo Henrique
Publicado em 19/08/2021 às 18:00 | Atualizado em 16/03/2022 às 15:05
Reprodução: Internet
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Um vídeo que mostra o assassinato de uma mulher no meio da rua, sob o olhar de várias pessoas, está sendo enviado com frequência através do WhatsApp e postado nas redes sociais acompanhado de legendas que dizem que a ação se trata de uma execução feita pelo Talibã momentos depois de o grupo extremista retomar o poder no Afeganistão.

Se trata de uma Fake News. Na verdade, o vídeo é antigo. Segundo os relatos da mídia profissional e da ONG Middle East Media Research Institute (MEMRI), a mulher foi morta sob acusação de prostituição e adultério na Síria.

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Em uma publicação no Twitter, ele foi compartilhado com a seguinte legenda: "O vídeo foi cortado no final, mas já devem imaginar o que aconteceu c essa mulher. Talibã ficou 20 anos afastado e reassumiu o controle do Afeganistão, após Biden vencer as eleições nos EUA. E agora basta alguém discordar deles, p pagar com a própria vida.". No entanto, a gravação circula desde pelo menos 2014 e é relacionada a eventos ocorridos na Síria.

 

Quem são os talibãs?

Formado em 1994, o Talibã foi formado por ex-combatentes da resistência afegã, conhecidos coletivamente como mujahedeen, militantes islâmicos sunitas que lutaram contra as forças invasoras soviéticas na década de 1980. Eles pretendiam impor sua interpretação da lei islâmica e remover qualquer influência estrangeira no país.

Depois que o Talibã capturou Cabul em 1996, a organização islâmica sunita estabeleceu regras rígidas. As mulheres tinham que usar coberturas da cabeça aos pés, não tinham permissão para estudar ou trabalhar e foram proibidas de viajar sozinhas. TV, música e feriados não islâmicos também foram proibidos.

Isso mudou depois de 11 de setembro de 2001, quando 19 homens sequestraram quatro aviões comerciais nos Estados Unidos, lançando dois nas torres do World Trade Center, em Nova York, um no Pentágono, em Washington, e outro, também destinado a Washington, em um campo na Pensilvânia. Mais de 2.700 pessoas morreram nos ataques.

O atentado foi orquestrado pelo líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, que operava de dentro do Afeganistão controlado pelo Talibã. Menos de um mês após o ataque, os EUA e as forças aliadas invadiram o Afeganistão, com o objetivo de impedir o Talibã de fornecer um porto seguro para a Al Qaeda – e também de a Al Qaeda de usar o Afeganistão como base de operações para atividades terroristas.

Nas duas décadas desde que foi destituído do poder, o Talibã tem travado uma insurreição contra as forças aliadas e o governo afegão apoiado pelos EUA.