DECISÃO

Câmara aprova requerimento para criação de auxílio para população LGBTQIA+ no Recife

A vereadora Liana Cirne, do Partido dos Trabalhadores (PT), é a autora do requerimento.

Gustavo Henrique
Gustavo Henrique
Publicado em 25/08/2021 às 19:15 | Atualizado em 04/04/2022 às 13:54
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A vereadora Liana Cirne (PT) discutiu, na reunião Ordinária remota desta terça-feira (24), da Câmara do Recife, diversos requerimentos de sua autoria.

Três solicitam a implementação de políticas públicas para a população LGBTQIA+ e outros 41 documentos tratam de pedidos para melhorias em mercados públicos da cidade. Todos foram aprovados no plenário virtual da Casa.

Os primeiros requerimentos destacados pela parlamentar foram direcionados a população LGBTQIA+.

O de número 8425/2021, solicita a implementação de um programa de profissionalização; o de número 8440/2021, pede a criação de um programa de auxílio-aluguel e o de número 8441/2021, a implementação de um banco de cadastro para o mercado de trabalho a ser disponibilizado a empresas parceiras da Prefeitura.

Liana Cirne defendeu as propostas e frizou que há diferenças ideológicas na Casa, mas que não podem se configurar como campos antagônicos.

”Faço questão de dizer que não estamos em campos antagônicos, estamos em campos complementares e eu lamento que as pessoas enxerguem esses campos como contraditórios: não são, eles se somam”, afirmou.

Parlamentares que a antecederam na tribuna, questionaram a necessidade de especificar tais requerimentos para a população LGBTQIA+, visto que as necessidades são semelhantes para a população de rua, por exemplo.

Oposição

Ao declarar seu voto contrário às matérias, Renato Antunes (PSC) concentrou seus comentários na criação do programa de auxílio-aluguel. Ele fez questionamentos sobre a dificuldade de identificação de pessoas LGBTQIA+ e alertou para a possibilidade de fraude cometida por pessoas que não pertencem a esse grupo.

“Somos todos brasileiros, todos recifenses. E, na medida possível, temos que diminuir as desigualdades. Mas criar uma política de forma exclusiva, no meu ponto de vista, não seria inclusão. O gestor tem que procurar uma solução coletiva, e não criar uma situação de exclusividade para atender uma política de inclusão”, disse.

“O que me incomoda nesse requerimento é que ele entra com o viés da inclusão, mas gera exclusão. Ao falar de moradia, não posso criar uma distinção. É muito complicado e subjetivo priorizar determinado grupo em detrimento do outro”.

A vereadora Michele Collins (PP) também se manifestou contra o requerimento:

“Esses requerimentos da vereadora Liana Cirne, que cada vez mais vemos, são propostas que segregam mais as pessoas fazendo uma diferença entre elas. Sabemos que os LGBTQIA+ são pessoas comuns, de todos os tipos. Devemos procurar os direitos para todas as pessoas e quando colocamos um grupo em detrimento de outro, deixamos o princípio da isonomia”, defendeu a parlamentar.

Michele Collins enfatizou que não concordava com as proposições e que acredita na igualdade entre as pessoas dos mais diversos segmentos.

“Discordo que a Casa aprove esse tipo de requerimento. Enquanto vereadores e representantes, buscamos direitos iguais, independente da opção sexual. O que tem de pessoas morando na rua, necessitando de ajuda ou emprego, não é brincadeira. Esse assunto tem vindo muito à tona e eu entendo que é legítimo que tenhamos representantes desse segmento e de outros. As pessoas são iguais e não podemos fazer distinção e desigualdade. No meu ponto de vista isso é desigualdade. As necessidades e os problemas são os mesmos”.