Imunização

Covid-19: Pode consumir bebida alcoólica após tomar a terceira dose da vacina da Pfizer?

O Brasil deu início a uma terceira dose de reforço da vacina contra a covid-19. Uma dúvida é se o consumo de bebidas alcoólicas afeta a dose extra da Pfizer

Karina Costa Albuquerque
Karina Costa Albuquerque
Publicado em 16/09/2021 às 8:54 | Atualizado em 26/03/2022 às 18:27
Foto: Hélia Scheppa/SEI
FOTO: Foto: Hélia Scheppa/SEI

Há uma semana, no dia 9 de setembro, teve início a vacinação com a terceira dose da vacina contra a covid-19, na cidade do Recife.

O anúncio foi feito pelo prefeito João Campos (PSB), que explicou que a imunização com a dose de reforço começaria por idosos que vivem em instituições de longa permanência. No total, devem ser atendidos quase 800 idosos nesta fase.

Em todo o país, a princípio, apenas idosos acima de 70 anos e imunossuprimidos poderão receber a terceira dose, por enquanto.

O intervalo entre a segunda dose e a terceira precisa ser de, no mínimo, seis meses para os idosos, e de 21 dias para os imunossuprimidos.

A combinação das vacinas é recomendada pelo Ministério, após estudos aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) comprovarem que a resposta imunológica contra a covid-19 não é comprometida pela intercambialidade dos imunizantes.

Conforme orientação do Ministério da Saúde, a dose de reforço será feita, preferencialmente, com o imunizante da Pfizer, independentemente da vacina aplicada na primeira e segunda dose.

Vacina da Pfizer e álcool

Com a chegada de mais uma dose e de mais uma etapa na vacinação, voltam as dúvidas sobre as reações e sobre como ter uma imunização melhor, sem afetar a eficácia dos imunizantes.

Uma das principais dúvidas dos brasileiros, especialmente com a chegada do fim de semana, é se o consumo de bebidas alcoólicas influencia o efeito das vacinas.

>> Coronavac, Pfizer, Janssen, Astrazeneca: pode consumir bebida alcoólica após tomar vacina contra a covid-19?

A resposta da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), envolvida nas decisões do Programa Nacional de Imunização (PNI), é que nenhuma vacina, incluindo todas para prevenir a covid-19, contraindica o consumo de bebidas alcoólicas ou exige precauções.

Não há interferência na resposta imunológica ou aumento do risco de eventos adversos.

Efeitos do álcool

Ainda assim, é importante lembrar que, apesar de não afetar diretamente, o uso crônico e abusivo de bebidas alcoólicas pode vir a debilitar a sistema imunológico, aumentar o risco de infecções por vírus e bactérias, além de trazer diversos prejuízos à vida.

Campanhas de vacinação

Além da vacinação contra a covid-19, também está acontecendo a Campanha Nacional de Vacinação contra o vírus da gripe, o Influenza. Desenvolvida pelo Ministério da Saúde em todo o território nacional, a estimativa é vacinar 79,7 milhões de pessoas.

Aqueles que tomaram a primeira ou a segunda dose da vacina contra a covid-19 recentemente devem esperar, pelo menos, 14 dias para tomar o imunizante contra a gripe.

Pronunciamento do Governo

A Sociedade Brasileira de Imunizações, alinhada com o Ministério da Saúde, comunicou em abril que, até o momento, não existe restrição voltada a ingestão de álcool e a imunização contra a covid-19.

Sendo assim, os comentários em redes sociais, onde várias pessoas afirmam ter reações alérgica, após tomar a vacina contra a covid-19, ou dizem que é necessário esperar 30 dias, foram anulados.

Por meio de nota, o Ministério da Saúde afirmou que “não há nenhuma evidência sobre a relação do álcool com o comprometimento da formação de anticorpos da vacina contra a covid-19”.

Numa entrevista para O Globo, a diretora da SBIm, Mônica Levi, informou que essa desinformação pode desencorajar parte da população a tomar a vacina contra a covid-19.

Já a biomédica Erica Siu, vice-presidente do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), advertiu sobre o abuso no consumo de álcool.

"A preocupação que a gente tem não é só com a vacina, é por toda a questão do consumo pesado de álcool em tempos de pandemia. É importante que as pessoas tenham um controle do consumo", disse.