Orquestra Sinfônica

Orquestra Sinfônica do Recife atravessa a pandemia e completa 91 anos

Uma das características que diferem a orquestra recifense de outras é a sua versatilidade

Ariel Sobral
Ariel Sobral
Publicado em 18/09/2021 às 9:00 | Atualizado em 20/03/2022 às 18:51
Foto: Andréa Rego Barros/Divulgação
FOTO: Foto: Andréa Rego Barros/Divulgação

A Orquestra Sinfônica do Recife (OSR), completa 91 anos este ano e é considerada a orquestra mais antiga do gênero no Brasil em atividade ininterrupta.

Fundada em 1930 pelo maestro Vicente Fittipaldi, teve sua primeira apresentação no dia 30 de julho do mesmo ano, no teatro Santa Isabel, sob o nome de “Orquestra Sinfônica de Concertos Populares”.

Divididas em quatro naipes: cordas, madeiras, metais e percussão, a sinfonia tinha antes da pandemia da Covid-19, segundo a Secretaria de Cultura do Recife, cerca de 32 concertos anuais, divididos em oficiais, especiais, multimídias, populares (ao ar livre) e comunitários.

Apesar da música erudita ser associada historicamente a classes econômicas sociais mais elevadas, uma das características que diferem a orquestra recifense de outras é a sua versatilidade, expressada pela capacidade de incorporar outros gêneros musicais nas apresentações, e o contato com diversos públicos com performances que vão dos teatros aos centros comunitários.

Assim explica a violinista e membro da comissão representativa dos músicos da OSR, Andressa D'Ávila. “A gente não tem nada de elitista, a gente nunca foi. A OSR sempre foi conhecida por ser uma orquestra do povo", diz. Andressa.

Dificuldades

Apesar das dificuldades apresentadas pela pandemia para a classe artística, principalmente a dos músicos no Brasil e no mundo, a orquestra não parou durante os períodos de restrições mais rigorosas.

Nesta fase, o grupo que é composto por músicos renomados da cidade, se manteve ativo através dos estudos dos instrumentos, e de aulas online. Contudo, a pandemia salientou um problema enfrentado há quase 20 anos pela sinfonia.

A falta de concurso público e de um regente titular dificulta o trabalho dos músicos na realização das apresentações.

Atualmente sendo composta por 48 integrantes de um total de 120, a orquestra não chega a alcançar nem 50% do esperado, e essa situação vem sendo apresentada ao governo municipal com preocupação, como explica, Andressa D'Ávila.

Fundação de Cultura do Recife

A Fundação de Cultura da cidade do Recife afirmou que está em permanente diálogo com os músicos, para atualização do Plano de Cargos e Carreiras e tratativas referentes à composição de quadros e contratações, entre elas a do novo regente.

O período de pandemia, ainda com protocolos vigentes, teve forte impacto sobre a Cultura, incluindo as atividades da orquestra.

Mas está nos planos de curto prazo a retomada do calendário de ensaios regulares, apresentações e demais atividades do grupo.

O esperado retorno gradual da Sinfônica, declarada patrimônio Imaterial da Capital pernambucana, representará passos firmes no caminho que a levará à celebração do centenário, iniciando com a sua volta à vida cultural recifense, onde tem lugar especial.