Pandemia

Covid-19: Rio de Janeiro discute data para dispensar de uso de máscara

Avaliação será feita de acordo com a evolução epidemiológica da cidade

Com informações da Agência Brasil
Com informações da Agência Brasil
Publicado em 04/10/2021 às 8:28 | Atualizado em 11/07/2022 às 11:54
Ricardo Wolffenbuttel/ Governo de SC
FOTO: Ricardo Wolffenbuttel/ Governo de SC

A cidade do Rio de Janeiro vai discutir o início da liberação do uso de máscaras como medida sanitária obrigatória contra a covid-19. Segundo o secretário, Daniel Soranz, todas as medidas de retomada e reabertura serão tomadas com muita cautela e de acordo com a situação epidemiológica da cidade.

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Liberação do uso de máscara

A previsão é de que a dispensa do uso de máscaras deve começar a ser discutida por volta de novembro. "No mês de outubro a gente alcança 65% da população totalmente vacinada, a gente libera mais atividades a partir desse momento, e no mês de novembro, com toda a população [adulta] totalmente vacinada eu acho que é um momento mais propício para a gente discutir a liberação do uso de máscara ou não”.

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O secretário destacou que ainda não é o momento de liberar a população do uso de máscara. “A gente entende que é cada vez mais difícil manter a população usando máscara, não é simples esse momento, já tem 1 ano e 8 meses de pandemia, não é simples para as pessoas continuar com medidas restritivas, utilizando máscara. Mas nesse momento, o nosso entendimento é que não se pode abolir o uso do protetor na cidade do Rio de Janeiro. Nos eventos testes aonde a população está totalmente testada, o panorama epidemiológico é diferente, o teste e a vacina são uma garantia maior, mas a gente ainda não se sente seguro para liberar a utilização de máscaras” .

Eventos testes

Até o momento, a prefeitura autorizou a realização de 12 eventos testes com público, aonde todos os participantes precisam estar vacinados e testados contra a covid-19. Cinco deles já ocorreram, todos jogos de futebol, sendo dois do Flamengo no Maracanã, dois do Vasco em São Januário e um do Botafogo no Engenhão. Em todos eles, houve uma detecção máxima de 1,1% do público ou trabalhadores testados positivos para a covid-19 e impedidos de entrar no estádio.

No primeiro evento autorizado, o jogo Flamengo e Grêmio no dia 15 de setembro, entre as 7.652 pessoas testadas, 68 deram positivo, o que corresponde a 0,9% do total. O acompanhamento por 15 dias mostrou que dez pessoas que foram ao jogo tiveram suspeita de covid-19, com sintomas de síndrome gripal leve, e apenas uma teve a confirmação da doença. Com isso, a incidência de casos suspeitos no evento foi de 15,5 para cada 10 mil pessoas, enquanto na cidade o índice é de 98,8.

Passaporte da vacina

O prefeito Eduardo Paes agradeceu a decisão da quinta-feira (30) do presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, de derrubar a liminar que impedia a cobrança do passaporte da vacina para frequentar alguns lugares, como cinemas e academias de ginástica. Para o prefeito, as regras são feitas para a convivência em sociedade e não ferem a liberdade individual, mas sim protegem a coletividade.

“Nós queremos reafirmar e garantir o direito de ir e vir das pessoas. As pessoas que vierem [ao Rio de Janeiro] vão ter que continuar a usar cinto de segurança, vão continuar tendo que não fumar dentro de seus hotéis e restaurantes, vão ter que, na hora que pegar um avião, continuar a passar por um raio x ou scanear que por motivos de segurança. E nenhum de nós se incomoda com isso como um cerceamento ao direito individual, ao direito de ir e vir, às nossas liberdades democráticas”.

Paes destacou que a “absoluta maioria das pessoas quer se vacinar”, com o alcance na cidade de 99,2% de cobertura de primeira dose na população a partir de 12 anos e 65% com as duas doses ou dose única. Ele reafirmou a importância do passaporte vacinal como uma garantia sanitária para a cidade retomar as atividades econômicas, como o turismo.

“Essa é uma cidade turística, que quer receber turistas, que quer voltar à normalidade, que quer fazer o Réveillon, que quer fazer o carnaval, que quer ter um verão com os hóteis lotados. Quando nós exigimos o passaporte da vacinação, nós também estamos dando um sinal para aqueles que nos visitam. Com o passaporte da vacina, estamos dizendo para os turistas responsáveis, que se vacinaram, que eles podem vir com tranquilidade. E estamos dizendo também para aqueles que não se vacinaram que, por favor, não venham, porque eles não serão bem-vindos no Rio de Janeiro. É simples assim”.

De acordo com o prefeito, até a segunda quinzena de novembro quase 100% dos cariocas adultos estarão com o esquema vacinal completo.

Vacinação

Com o término da vacinação dos adolescentes, em outubro a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) vai fazer campanhas em locais de grande movimentação para alcançar as pessoas que ainda não tenham procurado um posto para se imunizar contra a covid-19.

“Ao longo do mês de outubro, cada unidade vai definir sua estratégia de vacinação, de acordo com a relação com aquele território, a proximidade com estações de metrô ou de BRT, ou outro ponto importante para vacinação. A gente está muito acostumado a fazer isso com as outras campanhas, então vamos montar postos de vacinação externos, volantes, em dias específicos, para ver se a gente aumenta essa cobertura. Falta menos de 1% da população ainda para vacinar com a primeira dose e a gente acredita que essa estratégia possa ajudar um pouco mais com esse avanço”, explica o secretário Soranz.

A vacinação segue esta semana com a repescagem da primeira para qualquer pessoa a partir de 12 anos e com a dose de reforço para idosos e trabalhadores da saúde. Até 30 de outubro podem tomar a dose de reforço quem tomou a segunda dose em abril. O calendário da prefeitura avança até fevereiro de 2022, com o reforço para os trabalhadores da saúde que tenham completado a vacinação em julho e agosto.

Hoje reforço está sendo aplicado também nos idosos de 79 e amanhã 78 nos de anos. Na semana que vem, serão contemplados os idosos até 73. A SMS também antecipou a segunda dose para quem recebeu a primeira da Pfizer e tem 40 anos ou mais. Estes podem procurar o posto para completar a imunização 21 dias depois da primeira dose.