Investigação

Ex-pastores da igreja Universal são investigados por desviarem R$ 3 milhões de fiéis; entenda

Ao todo, 12 ex-pastores são investigados pelo desvio de R$ 3 milhões de dízimos e ofertas dos religiosos

Suzyanne Freitas
Suzyanne Freitas
Publicado em 11/10/2021 às 16:05 | Atualizado em 10/07/2022 às 23:57
Marcelo Aprígio/JC
FOTO: Marcelo Aprígio/JC

Ex-pastores da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) estão sendo investigados de realizarem um esquema milionário para desviar dinheiro de dízimos e ofertas dos fiéis em Brasília, segundo o portal Metrópoles.

A denúncia partiu da própria direção da Universal, que demitiu os líderes religiosos. Agora, o caso é investigado pelo Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor), da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).

A suspeita da igreja é de que o grupo, formado por 12 ex-pastores, seria liderado pelo ex-pastor regional Nei Carlos dos Santos e teria desviado R$ 3 milhões.

Os ex-pastores teriam criado empresas de fachada para lavar o dinheiro, que teria partido, sobretudo, do chamado "Culto dos 318", voltado para fiéis empresários e que desejam melhorar suas vidas financeiras.

Os envolvidos estariam ligados ao "faraó dos bitcoins", Glaidson Acácio dos Santos, preso pela Polícia Federal em agosto.

O enriquecimento do pastor Nei

De acordo com apuração do Metrópoles, o suposto líder do esquema, Nei, era pastor regional no Distrito Federal, responsável por lidar diretamente com assuntos financeiros da Iurd.

A Universal pagava a ele um auxílio mensal de R$ 2,9 mil mas, mesmo assim, Nei conseguiu comprar um apartamento de luxo de R$ 2,6 milhões e ao menos três carros no valor de R$ 248 mil.

Além disso, documentos mostram que Nei começou a empreender, abrindo uma empresa com capital social de R$ 500 mil.

O ex-pastor ainda abriu outra empresa em sociedade com outro religioso da Iurd, Welison Fernandes Pereira. Em texto enviado aos investigadores do DF, o advogado da Universal acusa os ex-pastores de "operações financeiras (bitcoin) utilizando dinheiro supostamente desviado proveniente dos dízimos e ofertas. Não à toa que investigado e ex-pastores abriram diversas empresas nos últimos meses".

Suspeitos abriram empresa

De acordo com apuração do Metrópoles, os suspeitos abriram empresas em Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina.

Ao todo, 12 ex-pastores são investigados pelo desvio de R$ 3 milhões de dízimos e ofertas dos fiéis.