Ex-pastores da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) estão sendo investigados de realizarem um esquema milionário para desviar dinheiro de dízimos e ofertas dos fiéis em Brasília, segundo o portal Metrópoles.
A denúncia partiu da própria direção da Universal, que demitiu os líderes religiosos. Agora, o caso é investigado pelo Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor), da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
A suspeita da igreja é de que o grupo, formado por 12 ex-pastores, seria liderado pelo ex-pastor regional Nei Carlos dos Santos e teria desviado R$ 3 milhões.
Os ex-pastores teriam criado empresas de fachada para lavar o dinheiro, que teria partido, sobretudo, do chamado "Culto dos 318", voltado para fiéis empresários e que desejam melhorar suas vidas financeiras.
Os envolvidos estariam ligados ao "faraó dos bitcoins", Glaidson Acácio dos Santos, preso pela Polícia Federal em agosto.
O enriquecimento do pastor Nei
De acordo com apuração do Metrópoles, o suposto líder do esquema, Nei, era pastor regional no Distrito Federal, responsável por lidar diretamente com assuntos financeiros da Iurd.
A Universal pagava a ele um auxílio mensal de R$ 2,9 mil mas, mesmo assim, Nei conseguiu comprar um apartamento de luxo de R$ 2,6 milhões e ao menos três carros no valor de R$ 248 mil.
Além disso, documentos mostram que Nei começou a empreender, abrindo uma empresa com capital social de R$ 500 mil.
O ex-pastor ainda abriu outra empresa em sociedade com outro religioso da Iurd, Welison Fernandes Pereira. Em texto enviado aos investigadores do DF, o advogado da Universal acusa os ex-pastores de "operações financeiras (bitcoin) utilizando dinheiro supostamente desviado proveniente dos dízimos e ofertas. Não à toa que investigado e ex-pastores abriram diversas empresas nos últimos meses".
Suspeitos abriram empresa
De acordo com apuração do Metrópoles, os suspeitos abriram empresas em Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina.
Ao todo, 12 ex-pastores são investigados pelo desvio de R$ 3 milhões de dízimos e ofertas dos fiéis.