POLÍCIA

Mecânico que foi morto espancado e com tiro por policiais estava indo buscar receita médica para tio doente no momento do ocorrido

Guilherme Lima, de 25 anos, foi atingido por um tiro nas costas.

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Gustavo Henrique

Publicado em 02/12/2021 às 6:30 | Atualizado em 13/09/2023 às 14:02
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mecânico Guilherme Tibério Lima, de 25 anos, foi morto espancado por policiais civis em uma operação desastrada em São Paulo.

No momento do incidente, ele dirigia um carro Honda prata e estava indo buscar, junto com o primo, de 18 anos, uma receita médica para o tio, que havia passado mal.

ENTENDA O CASO DO MECÂNICO MORTO APÓS LEVAR TIRO E SER ESPANCADO POR POLICIAIS

Ao todo, nove policiais tinham armado uma estranha barreira, em Itaquera, na zona leste da capital paulista, sem nenhuma sinalização e com viaturas descaracterizadas.

Sem saber que eram policiais, Guilherme avançou com o carro e os investigadores dispararam. Além dele, que levou um tiro nas costas, um morador de rua foi atingido na cabeça e morreu.

Um homem de 43 anos, que estava em um ponto de ônibus, foi baleado no braço. O primo de Guilherme levou um tiro de raspão.

TESTEMUNHA REVELA O QUE ACONTECEU NO MOMENTO DOS DISPAROS

"Os 'policial' colocou uma lanterna muito forte, sendo que estava muito escuro, não dava para identificar quem era. Aí, a gente pensou que fosse ladrão. Aí, ele [Guilherme], assustado, pegou e acelerou. Aí, nessa que ele acelerou, os 'policial' começaram a disparar contra a gente", relatou o primo.

Ferido, o rapaz ainda foi espancado. A violência foi gravada por uma câmera de segurança.

"Eles me deram uma coronhada e me jogaram no chão e me chutaram. Falaram que só iriam me matar", disse o primo.

No departamento de homicídios, os policiais apresentaram uma arma de brinquedo e disseram que Guilherme estava com ela.

OPERAÇÃO BUSCAVA PRENDER LADRÕES

Os investigadores disseram que montaram a operação durante a madrugada para tentar prender ladrões que tinham roubado um colega da Polícia Civil que trabalha em outra delegacia, em Guarulhos, na Grande São Paulo.

Foram tantas histórias mal contadas que o caso vai ser investigado pela Corregedoria da Polícia Civil.

O advogado Adriano Dantas Rodrigues, que representa a família das vítimas, disse que Guilherme era um jovem trabalhador, sem nenhuma passagem policial. Ultimamente, Guilherme vinha trabalhandoem um centro automotivo como mecânico.

ENTERRO DO MECÂNICO ASSASSINADO POR POLICIAIS

O corpo delefoi enterrado no fim da tarde desta 6ª feira (26.nov), no Cemitério da Saudade, na avenida Pires do Rio, em São Miguel Paulista.

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