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Caso Beatriz: 'Se foi feito o DNA e deu positivo, outros elementos precisam ser confirmados', diz mãe após identificação de suspeito

Nesta terça-feira (11), a Secretaria de Defesa Social (SDS) divulgou ter identificado suspeito de matar a criança com 42 facadas

Bruna Oliveira
Bruna Oliveira
Publicado em 11/01/2022 às 21:34 | Atualizado em 13/01/2022 às 17:35
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Lucinha Mota cobrou, incansavelmente, respostas da Polícia Civil de Pernambuco para que o assassino de Beatriz fosse identificado e preso - FOTO: Reprodução

Após a Secretaria de Defesa Social (SDS) divulgar que o suspeito de assassinar a garota Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, foi identificado, a mãe da criança, Lucinha Mota, fez uma transmissão ao vivo nas redes sociais.

De acordo com ela, nenhum dos delegados envolvidos na Força Tarefa criada para investigar o caso a procurou, e que ela só ficou sabendo da informação através da imprensa.

"Não ficamos sabendo de absolutamente de nada. Fomos pegos de surpresa. Estou tentando desde cedo falar com o delegado que é responsável pelo inquérito, mas ele não me atende. Liguei para o chefe de polícia e ele me adiantou que tinha identificado (o autor do crime) e que ele tinha confessado, eu passei mal na hora, perdi os sentidos, mas já estou bem", contou.

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Beatriz foi morta no dia 10 de dezembro de 2015 durante a formatura da irmã em uma escola em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. A criança havia se afastado dos pais para beber água e desapareceu. Pouco tempo depois, seu corpo foi encontrado dentro de uma sala desativada, com 42 facadas.

Ainda em declaração aos seus seguidores, a mãe de Beatriz diz orar todos os dias para que o assassino de sua filha seja verdadeiramente encontrado.

"Amanhã (12) vamos saber se quem foi preso é o assassino de Beatriz. Oro todos os dias para que possam chegar até ele, pois recebo muitas e muitas denúncias... Foram mais de 15 vindas de todo o País. Vários policiais civis tentando ajudar. Mas essa (denúncia), especificamente, não sabemos de nada", falou Lucinha Mota.

Detalhes sobre a operação que levou a identificação suspeito, que se chama Marcelo da Silva, de 40 anos, segundo o Blog de Jamildo, serão apresentados na manhã desta quarta-feira (12) na sede da Secretaria de Defesa Social (SDS-PE), no bairro de Santo Amaro, na Área Central do Recife.

Por fim, Lucinha disse que apesar do DNA ter dado positivo, outros elementos precisam ser confirmados, inclusive a motivação do crime. 

"Peço a Deus que seja ele, que se confirme e tudo acabe. Que esse assassino seja tirado da sociedade, condenado e preso. Mas no inquérito de Beatriz não cabe um inocente, só cabem os culpados. Se foi feito o DNA e deu positivo, outros elementos precisam ser confirmados, principalmente a motivação do crime. Ninguém entra no colégio sem ser conduzido assim não. Comigo não cola", complementou Lucinha Mota, em tom de desabafo.

O que diz a escola onde a menina foi morta

Por meio de nota, o Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, disse que as informações concedidas pela SDS, e um primeiro momento, trazem alento a toda comunidade. 

"Reafirmamos que nos solidarizamos com os pais e familiares de Beatriz Mota e que continuamos colaborando, irrestritamente, com as investigações sempre que somos acionados", diz trecho do texto.

Leia nota na íntegra

O Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, tendo em vista as informações repassadas pelo Secretário de Defesa Social do Estado de Pernambuco em entrevista realizada no dia de ontem (12/01/2022), de que após exames periciais de DNA conseguiu-se identificar executor do crime da menor Beatriz Moto, vem a público manifestar que respectivas informações, nesse primeiro momento, trazem alento a toda comunidade Salesiana, que tanto busca pela solução deste caso. Reafirmamos que nos solidarizamos com os pais e familiares de Beatriz Mota e que continuamos colaborando, irrestritamente, com as investigações sempre que somos acionados. Rogamos pela continuidade das apurações, confiando plenamente na Justiça, Polícia Civil do Estado-PE e Ministério Público-PE para a solução do caso.

Caso sem solução por 6 anos

Praticado no dia 10 de dezembro de 2015 no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, o assassinato de Beatriz completou seis anos em 2021 sem que ninguém tivesse sido preso.

Com 24 volumes, o inquérito do caso, que possui 442 depoimentos, sete tipos diferentes de perícias, 900 horas de imagens e 15 mil chamadas telefônicas analisadas, foi remetido ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE), no dia 13 de dezembro de 2021.

Os autos já haviam sido enviados em 2019, quando o MPPE requisitou novas diligências. Todas as solicitações foram cumpridas e entregues ao Ministério pela Força-Tarefa criada pela Chefia de Polícia para investigar o caso.

Os quatro delegados, com vasta experiência em investigações relativas a crimes de homicídios, revisitaram todo o material que já havia sido produzido e realizaram novas diligências. 

Perito demitido em dezembro

No dia 28 de dezembro, o perito criminal Diego Costa, que prestou consultoria de segurança ao Colégio Nossa Senhora Auxiliadora após o assassinato da menina Beatriz foi demitido pelo governador Paulo Câmara

O perito era sócio de uma empresa de segurança que foi contratada pela escola e, posteriormente, participou da investigação do caso.

Caminhada da família de Beatriz

Para cobrar justiça diante do caso até então sem solução, a família de Beatriz, deu início a uma caminhada, no dia 5 de dezembro de 2021, de Petrolina até o Recife. Ao todo, a mulher percorreu 702 km, em um trajeto que durou 23 dias.

"Eu vim caminhando de Petrolina a pé até Recife imagine só o que não sou capaz de fazer", afirmou a mãe da garota, Lúcia Mota, na ocasião.

 

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