GUERRA NA UCRÂNIA

Ucrânia diz ter controle de Kharkiv, 2ª maior cidade ucraniana, após Rússia invadir o território

A guerra entre Rússia e Ucrânia chegou ao quarto dia, neste domingo (27)

Ísis Lima AFP
Ísis Lima
AFP
Publicado em 27/02/2022 às 12:23 | Atualizado em 27/02/2022 às 12:27
Sergey Bobok/ AFP
Avanço da Rússia em Kharkiv foi barrado pelas forças ucranianas, afirma governo da Ucrânia - FOTO: Sergey Bobok/ AFP

As forças ucranianas afirmaram, neste domingo (27), que repeliram um avanço russo em Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia onde ocorrem combates de rua, enquanto o número de refugiados se aproxima de 400 mil, à medida que a pressão internacional sobre a Rússia aumenta.

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No quarto dia da ofensiva russa, as forças ucranianas têm o controle total de Kharkiv, uma cidade do nordeste de 1,4 milhão de habitantes na fronteira russa, afirma o governador Oleg Sinegubov. "Kharkiv está sob nosso controle total", escreveu Sinegubov nas redes sociais, garantindo que uma "eliminação dos inimigos na cidade" estava em andamento.

Pela manhã, um jornalista da AFP relatou combates nas ruas e viu tanques russos, abandonados, ou em chamas.

Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram um grupo de soldados ucranianos escondidos atrás de uma parede, enquanto um lança um míssil antitanque. No vídeo também é possível ouvir o barulho de rajadas de metralhadora. A BBB verificou e comprovou a veracidade das imagens. 

Veja: 

Países fecham espaço aéreo 

Enquanto isso, vários países - entre eles Alemanha, Itália, países escandinavos e Bélgica - anunciaram neste domingo o fechamento de seu espaço aéreo para aviões russos.

No dia anterior, o Ocidente excluiu os bancos russos do sistema bancário SWIFT, uma decisão à qual o Japão aderiu hoje, anunciando também que entregaria mais armas à Ucrânia.

A Ucrânia recorreu ao Tribunal Internacional de Justiça em Haia para ordenar que Moscou cesse as hostilidades, de acordo com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.

"Vassylkiv, Kiev, Cherniguiv, Sumi, Kharkiv e muitas outras cidades vivem em condições que não víamos em nossas terras (...) desde a Segunda Guerra Mundial", lançou Zelensky, acusando a Rússia de considerar as áreas habitadas "como um alvo legítimo".

Ele elogiou a formação de uma "coalizão antiguerra" internacional para apoiar a Ucrânia e convocou os estrangeiros a irem lutar "contra os criminosos de guerra russos" na "Legião Internacional" que está sendo formada pela Ucrânia.

Número de refugiados continua aumentando 

Desde quinta-feira, em torno de 368.000 refugiados fugiram dos combates na Ucrânia para os países vizinhos, e seu número "continua a aumentar", anunciou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

A Polônia recebeu cerca de metade deste total, e a Alemanha tornou os trens gratuitos para todos os ucranianos procedentes deste país.

O papa Francisco pediu a abertura "urgente" de corredores humanitários e exortou "que as armas sejam silenciadas" na Ucrânia.

Civis mortos 

No sábado (26), a ONU contabilizou pelo menos 64 mortos entre civis e centenas de milhares de pessoas sem água, ou eletricidade.

De acordo com o Ministério da Saúde da Ucrânia, pelo menos 198 civis, incluindo três crianças, foram mortos, e 1.115 pessoas ficaram feridas desde quinta-feira. Dezenas de militares ucranianos perderam a vida nos combates.

O Exército ucraniano informou que matou mais de 4.300 soldados russos. Kiev lançou um site que permite que parentes de soldados russos mortos saibam de sua perda, enquanto Moscou mantém silêncio sobre suas baixas.