Caso Tamarineira

Caso Tamarineira: Promotora recorre para aumentar pena de João Victor Ribeiro

A promotora de Justiça, Eliane Gaia, afirma que a pena deveria ser superior a 30 anos.

Catêrine Costa
Catêrine Costa
Publicado em 18/03/2022 às 11:37 | Atualizado em 18/03/2022 às 11:38
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Guga Matos
João Victor Ribeiro de Oliveira Leal, 29 anos, acusado de provocar o acidente que vitimou três pessoas e feriu duas em setembro de 2017 - FOTO: Guga Matos

Após três dias de julgamento, na noite desta quinta-feira (17), foi dada a sentença de João Victor Ribeiro de Oliveira, 29 anos, acusado de causar o acidente que vitimou três pessoas e feriu duas, em 26 de setembro de 2017, no bairro da Tamarineira, Zona Norte do Recife. 

A pena estabelecida foi em 29 anos, 4 meses e 24 dias de prisão, em regime inicialmente fechado. Porém, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) já anunciou que irá recorrer a decisão, por entender que o condenado merecia uma pena maior. 

"Tudo o que pedimos, como representantes do Ministério Público, foi atendido na sua inteireza. Então, estamos satisfeitos com a justiça feita. Porém, não estamos satisfeitos com a pena. Recorremos para que a pena seja revista, pois acreditamos que deveria ser superior a 30 anos", afirmou a promotora de Justiça Eliane Gaia.

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Juíza confirma recebimento de pedido

A juíza Fernanda Moura, que presidiu a sessão, confirmou o recebimento do pedido. "O Ministério Público já apresentou o pedido de apelação ao final da audiência, no tocante à pena, especificamente. O processo seguirá, agora, para o Ministério Público apresentar as razões da apelação no processo", explicou a juíza.

Advogados de defesa

Os advogados de defesa do réu não falaram com a imprensa após o resultado do júri. A tese defendida por eles, durante a fase de debates, foi de que o réu seria dependente químico e que ele não teria controle dos atos no momento da colisão. O júri popular descartou a tese de semi-imputabilidade.

O Caso Tamarineira

No dia 26 de novembro de 2017, um domingo à noite, o carro que o advogado Miguel Motta dirigia, transportando a esposa, os dois filhos e a babá das crianças, foi atingido em cheio, do lado do passageiro, pelo carro que João Victor dirigia em alta velocidade. 

A esposa do advogado, Maria Emília Guimarães da Mota Silveira, o filho do casal, Miguel Arruda da Motta Silveira Neto, e a babá Roseane Maria de Brito Souza, que estava grávida, morreram após a batida, que ocorreu no cruzamento da Avenida Rosa e Silva com a Rua Cônego Barata, no bairro da Tamarineira, Zona Norte do Recife.

A filha mais velha de Miguel, Marcelinha, teve traumatismo cranioencefálico e precisou passar por várias terapias. A evolução dela é considerada um milagre pelo pai, de acordo com o quadro que ela apresentou na época do acidente.

A perícia do Instituto de Criminalística revelou que João Victor trafegava a uma velocidade de 108 km/h. O máximo permitido na via, entretanto, era de 60 km/h. Ele ainda avançou o sinal vermelho. O teste de alcoolemia realizado no motorista registrou nível de 1,03 miligrama de álcool por litro de ar, três vezes superior ao limite permitido por lei.

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