Manifestação política

Lollapalooza 2022: TSE proíbe manifestações políticas; decisão atende pedido do partido de Bolsonaro

Pedido veio após a cantora Pabllo Vittar manifestar apoio ao ex-presidente Lula durante o show que realizou no Lollapalooza

Ana Roberta Amorim
Ana Roberta Amorim
Publicado em 27/03/2022 às 11:28 | Atualizado em 27/03/2022 às 15:53
Foto: reprodução
Pabllo Vittar em apoio a Lula no Lollapalooza - FOTO: Foto: reprodução

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acatou o pedido feito pelo PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, de serem proibidas as manifestações políticas que estão acontecendo no festival de música Lollapalooza.

A decisão foi do ministro do TSE Raul Araújo. O partido PL entrou com o pedido no sábado (26), quando a cantora Pabllo Vittar manifestou-se publicamente em apoio ao ex-presidente Lula, após o show que fez no festival.

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Decisão

De acordo com o ministro Raul Araújo, "a manifestação exteriorizada pelos artistas durante a participação no evento [...] caracteriza propaganda político-eleitoral", disse em sua decisão.

Com isso, qualquer "realização ou manifestação de propaganda eleitoral ostensiva e extemporânea em favor de qualquer candidato ou partido político por parte dos músicos e grupos musicais que se apresentem no festival" está proibida. O descumprimento pode acarretar uma cobrança de multa no valor de R$ 50 mil por ato.

 

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Manifestação política no Lollapolooza

Ao final do seu show no Lollapalooza, a cantora Pabllo Vittar gritou "Fora Bolsonaro" e levantou uma toalha com o rosto do ex-presidente Lula estampado.

Em razão disso, o PL, partido do presidente Bolsonaro, entrou com um pedido no TSE afirmando que a manifestação da cantora "fere inúmeros dispositivos legais".

"Eis porque a manifestação política em mais de um show, uma em absoluto desabono ao pré-candidato Jair Bolsonaro e outra em escancarada propaganda antecipada em favor de Luiz Inácio negativa e antecipada, além de promoverem verdadeiro showmício, sendo indiferente se o evento foi custeado pelo candidato ou se o mesmo esteve presente no ato", o partido escreve no documento.

O partido de Bolsonaro destacou, ainda, que o público do Lollapalooza contabilizava 100 mil pessoas na sexta-feira (25), quando a cantora se manifestou. Assim, teria sido uma "reprodução inestimável das manifestações na internet," de forma que a propaganda fosse levada ao conhecimento "de um número altíssimo de eleitores, com sérios prejuízos à legitimidade do pleito vindouro".

O PL também solicitou que o TSE acionasse "de imediato" a organização do Lollapalooza, e proibisse a manifestação de qualquer tipo de propaganda eleitoral irregular antecipada ou negativa em favor ou contra qualquer candidato.