Saúde

VARÍOLA DOS MACACOS: Estudo internacional aponta sintomas novos da doença

Sintomas relatados na pesquisa não eram reconhecidos nas definições médicas sobre a varíola dos macacos; entenda

Humberto Cassimiro
Humberto Cassimiro
Publicado em 01/08/2022 às 22:34
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Varíola dos Macacos no Brasil - FOTO: Foto: iStock

Uma pesquisa conduzida pela Universidade Queen Mary de Londres e publicada no periódico The New England Journal of Medicine (NEJM) no último dia 21 de julho identificou um conjunto de novos sintomas da varíola dos macacos, até o momento não reconhecidos.

Em parte dos casos acompanhados pelos cientistas, as manifestações sintomáticas eram semelhantes às de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e incluíam lesões nas regiões genitais e ânus, bem como feridas na boca.

O estudo, que acompanhou 528 casos de varíola dos macacos entre 27 de abril e 24 de junho, é fruto de uma colaboração entre médicos de 16 países.

Cerca de 98% dos casos foram registrados entre homens que fazem sexo com homens. Três quartos dos participantes (75%) eram pessoas brancas e pouco menos da metade (41%) já apresentavam uma infecção pelo HIV.

Aproximadamente 29% dos casos também apresentavam alguma IST ao mesmo tempo em que a varíola dos macacos.

A estimativa dos pesquisadores é que 95% dos registros de transmissão do vírus monkeypox nos casos analisados no estudo ocorreram pela atividade sexual.

As erupções cutâneas, principal sintoma relatado no estudo, estavam presentes em 95% dos participantes. Contudo, cerca de 73% apresentaram lesões nos órgãos genitais ou no ânus e 41% nas mucosas.

Em comunicado, John Thornhill, professor clínico sênior da Universiade Queen Mary de Londres, preocupou-se com uma possível confusão entre a varíola e as ISTs por essa razão.

"Essas diferentes apresentações destacam que as infecções por varíola dos macacos podem ser ignoradas ou facilmente confundidas com ISTs comuns, como sífilis ou herpes", declarou.

Apesar dos resultados da pesquisa, o professor também ressaltou que a varíola dos macacos não é uma infecção sexualmente transmissível. Isso porque o contágio também pode ocorrer por contato físico próximo, inclusive gotículas respiratórias.

* Com informações da Revista Galileu

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