Na semana passada, a Justiça do Estado de Pernambuco determinou que o Santa Cruz e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pagassem uma indenização milionária.
A indenização vai ser destinada a família do torcedor do Sport Paulo Ricardo Gomes da Silva, atingido por um vaso sanitário no Arruda, depois de assistir um jogo do Paraná e Santa Cruz.
O caso aconteceu em 2014 e chocou Pernambuco e o Brasil.
A indenização de R$ 1,2 milhão, além de uma pensão, será paga a Joelma Valdevino da Silva e José Paulo Gomes da Silva, pais de Paulo Ricardo Gomes da Silva. O valor original era de R$ 500 mil, agora corrigidos.
A primeira sentença havia sido dada ainda em 2016. A segunda instância, somente agora. O caso foi relatado pelo desembargador Fernando Martins, no TJPE.
"Considero que a pena foi leve, considerando o poderio econômico da entidade futebolística. Em dez anos, morreram mais de 150 pessoas nos estádios brasileiros de futebol e trata-se tudo como normal. Em 2014, a CBF faturava R$ 450 milhões. Dez anos depois, já era R$ 2 bilhões. Um diretor da CBF tem salário de R$ 60 milhões por ano", comenta o advogado Nicolas Coelho, com exclusividade ao Blog de Jamildo.
Briga pode continuar
Caso o Santa Cruz e a CBF não queiram encerrar o caso, podem questionar a decisão e entrar com embargos no STJ (Supremo Tribunal de Justiça).
No processo, a entidade defendeu que "a culpa era do torcedor que morreu e que ele estava no local errado, na hora errada". O advogado Nicolas Coelho conta que jamais a família foi procurada pela entidade.
O rapaz que jogou o vaso sanitário do alto das arquibancadas do Santa Cruz foi preso. Houve uma briga de torcidas na saída do estádio.
No processo, ele explicou que "achou que o jovem morto era uma outra pessoa que teria dado uma surra nele".
"A CBF tolerava esta situação e incentivava, colocando ingressos à disposição das torcidas organizadas. O presidente do Santa Cruz também aparece, nos autos, ao lado de líderes da torcida organizada", afirma Nicolas Coelho.