Torcidas organizadas

Caso do vaso sanitário: Santa Cruz e CBF pagarão indenização milionária a família de torcedor do Sport; saiba mais

A Justiça do Estado de Pernambuco determinou que o Santa Cruz e a CBF pagassem indenização milionária para a família do torcedor do Sport atingido por um vaso sanitário em 2014.

JAMILDO MELO Jones Johnson
JAMILDO MELO
Jones Johnson
Publicado em 31/08/2022 às 15:01 | Atualizado em 31/08/2022 às 15:45
Léo Motta/ JC Imagem
Estádio do Arruda. - FOTO: Léo Motta/ JC Imagem

Na semana passada, a Justiça do Estado de Pernambuco determinou que o Santa Cruz e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pagassem uma indenização milionária.

A indenização vai ser destinada a família do torcedor do Sport Paulo Ricardo Gomes da Silva, atingido por um vaso sanitário no Arruda, depois de assistir um jogo do Paraná e Santa Cruz.

O caso aconteceu em 2014 e chocou Pernambuco e o Brasil. 

Foto: Guga Matos/JC Imagem
Paulo Ricardo Gomes da Silva morreu atingido por um vaso sanitário arremessado de dentro do estádio - Foto: Guga Matos/JC Imagem

A indenização de R$ 1,2 milhão, além de uma pensão, será paga a Joelma Valdevino da Silva e José Paulo Gomes da Silva, pais de Paulo Ricardo Gomes da Silva. O valor original era de R$ 500 mil, agora corrigidos.

A primeira sentença havia sido dada ainda em 2016. A segunda instância, somente agora. O caso foi relatado pelo desembargador Fernando Martins, no TJPE.

"Considero que a pena foi leve, considerando o poderio econômico da entidade futebolística. Em dez anos, morreram mais de 150 pessoas nos estádios brasileiros de futebol e trata-se tudo como normal. Em 2014, a CBF faturava R$ 450 milhões. Dez anos depois, já era R$ 2 bilhões. Um diretor da CBF tem salário de R$ 60 milhões por ano", comenta o advogado Nicolas Coelho, com exclusividade ao Blog de Jamildo.

Briga pode continuar

Caso o Santa Cruz e a CBF não queiram encerrar o caso, podem questionar a decisão e entrar com embargos no STJ (Supremo Tribunal de Justiça). 

No processo, a entidade defendeu que "a culpa era do torcedor que morreu e que ele estava no local errado, na hora errada". O advogado Nicolas Coelho conta que jamais a família foi procurada pela entidade.

O rapaz que jogou o vaso sanitário do alto das arquibancadas do Santa Cruz foi preso. Houve uma briga de torcidas na saída do estádio.

No processo, ele explicou que "achou que o jovem morto era uma outra pessoa que teria dado uma surra nele".

"A CBF tolerava esta situação e incentivava, colocando ingressos à disposição das torcidas organizadas. O presidente do Santa Cruz também aparece, nos autos, ao lado de líderes da torcida organizada", afirma Nicolas Coelho.