Violência contra mulher

PM que assassinou ex-esposa e se matou fez TCC sobre violência contra mulher

O crime foi registrado por câmeras de segurança.

Catêrine Costa
Catêrine Costa
Publicado em 15/09/2022 às 13:50
Notícia
Reprodução/ SBT
O Policial Militar matou a ex-esposa e tirou a própria vida em seguida - FOTO: Reprodução/ SBT

O soldado da Polícia Militar do Paraná que matou a ex-esposa e, em seguida, cometeu suicídio, na tarde da última terça-feira (13), fez o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) sobre crimes de violência contra a mulher, conforme informações do SBT. 

De acordo com a polícia, Franciele Silva, de 28 anos, foi baleada enquanto dirigia um carro.

Dhiego Henrique Almeida da Silva estava na Polícia Militar desde 2013 e nasceu no Rio de Janeiro. O assassino e suicida era formado em direito e foi militar da Marinha. 

RELACIONAMENTO CONTURBADO

Franciele e Dhiego mantinham um relacionamento conturbado, mesmo não tendo muito tempo juntos.

Há registros de Boletim Ocorrência desde agosto de 2021. O processo de separação do casal era repleto de problemas acerca da divisão de bens entre os dois, como transferências de nomes e dívidas no cartão de crédito do policial.

Em um dos episódios, segundo os registros, o PM teria tentado pegar alguns pertences e a ex-esposa teria ateado fogo em um colchão.

Por outro lado, a vítima afirmou que já foi agredida pelo homem.

Depois a mulher mudou a versão afirmando que as manchas no corpo seriam consequências de uma doença.

POSSESSIVO E NARCISISTA

Alguns relatos revelam que Dhiego era possessivo e narcisista. Franciele tinha três filhos e uma das filhas foi perseguida pelo policial.

No dia em que foi morta, a mulher havia acabado de sair da Corregedoria. Dias antes, ela deu entrada em uma medida protetiva de urgência contra o ex-marido.

Como o soldado ainda não havia sido notificado, a medida não teve efeito e ficou apenas registrada no sistema.

PROBLEMAS PSICOLÓGICOS

Em uma coletiva de imprensa, a Polícia Militar do Paraná admitiu que o polícia já foi afastado por problemas psicológicos.

Ele havia voltado recentemente ao ser considerado novamente apto para os trabalhos e para manusear arma de fogo.

Segundo a polícia, o soldado atuava internamente, fazendo despachos das viaturas para as ocorrências.
A corporação ainda afirmou que não tinha conhecimento prévio das denúncias contra o PM e da medida protetiva pedida pela vítima, mesmo com Franciele tendo comunicado à Corregedoria.

A coordenação geral da Polícia Militar crê que os militares que presenciaram o crime e as negociações atuaram de "maneira correta" e "seguindo os protocolos", considerando que "foi feito tudo que estava ao alcance" e que, "na adrenalina" da situação, muitos PMs não tinham conhecimento do histórico do soldado.

*Com informações do SBT

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