O soldado da Polícia Militar do Paraná que matou a ex-esposa e, em seguida, cometeu suicídio, na tarde da última terça-feira (13), fez o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) sobre crimes de violência contra a mulher, conforme informações do SBT.
De acordo com a polícia, Franciele Silva, de 28 anos, foi baleada enquanto dirigia um carro.
Dhiego Henrique Almeida da Silva estava na Polícia Militar desde 2013 e nasceu no Rio de Janeiro. O assassino e suicida era formado em direito e foi militar da Marinha.
RELACIONAMENTO CONTURBADO
Franciele e Dhiego mantinham um relacionamento conturbado, mesmo não tendo muito tempo juntos.
Há registros de Boletim Ocorrência desde agosto de 2021. O processo de separação do casal era repleto de problemas acerca da divisão de bens entre os dois, como transferências de nomes e dívidas no cartão de crédito do policial.
Em um dos episódios, segundo os registros, o PM teria tentado pegar alguns pertences e a ex-esposa teria ateado fogo em um colchão.
Por outro lado, a vítima afirmou que já foi agredida pelo homem.
Depois a mulher mudou a versão afirmando que as manchas no corpo seriam consequências de uma doença.
POSSESSIVO E NARCISISTA
Alguns relatos revelam que Dhiego era possessivo e narcisista. Franciele tinha três filhos e uma das filhas foi perseguida pelo policial.
No dia em que foi morta, a mulher havia acabado de sair da Corregedoria. Dias antes, ela deu entrada em uma medida protetiva de urgência contra o ex-marido.
Como o soldado ainda não havia sido notificado, a medida não teve efeito e ficou apenas registrada no sistema.
PROBLEMAS PSICOLÓGICOS
Em uma coletiva de imprensa, a Polícia Militar do Paraná admitiu que o polícia já foi afastado por problemas psicológicos.
Ele havia voltado recentemente ao ser considerado novamente apto para os trabalhos e para manusear arma de fogo.
Segundo a polícia, o soldado atuava internamente, fazendo despachos das viaturas para as ocorrências.
A corporação ainda afirmou que não tinha conhecimento prévio das denúncias contra o PM e da medida protetiva pedida pela vítima, mesmo com Franciele tendo comunicado à Corregedoria.
A coordenação geral da Polícia Militar crê que os militares que presenciaram o crime e as negociações atuaram de "maneira correta" e "seguindo os protocolos", considerando que "foi feito tudo que estava ao alcance" e que, "na adrenalina" da situação, muitos PMs não tinham conhecimento do histórico do soldado.
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