SEGURANÇA

Com ameaça a escolas em Pernambuco, polícia se reúne com diretores para tomar decisão sobre mensagens

O encontro acontece em meio aos recentes casos de insgurança em creches e escolas e reacendem o debate sobre o assunto

Gustavo Henrique
Gustavo Henrique
Publicado em 10/04/2023 às 17:15 | Atualizado em 11/04/2023 às 21:09
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REPRODUÇÃO / GOOGLE MAPS
Secretaria de Educação e Esportes convocou reunião para debater violência em escolas. - FOTO: REPRODUÇÃO / GOOGLE MAPS

Com informações do JC Online

Nesta segunda-feira (10/04), órgãos estaduais se reúnem para debater o combate e prevenção da violência nas escolas de Pernambuco.

Conforme apurado pela reportagem da TV Jornal, devem participar da reunião a Secretaria de Educação e Esportes, a Secretaria de Defesa Social e diretores das gerências regionais de Educação.

O encontro acontece em meio aos recentes casos de insegurança em creches e escolas e reacendem o debate sobre o assunto.

O ministro da Justiça e Segurança pública, Flávio Dino, decretou o envio de R$150 milhões para ampliar as patrulhas escolares em todo o País.

A verba, que vem do Fundo Nacional de Segurança Pública, deve ser repassada por meio de edital, que, segundo o ministro, tem previsão para ser lançado nesta semana.

WELINGTON LIMA/JC IMAGEM
Gestores das Gerências Regionais de Educação serão ouvidos sobre as ameaças que estão circulando pela internet - WELINGTON LIMA/JC IMAGEM

O advogado criminalista Martorelli Dantas analisou a medida e detalhou, em entrevista à Rádio Jornal, alguns elementos que podem promover maior segurança para as escolas e creches. 

"A iniciativa do Governo Federal é muito importante, é importante que haja uma presença, quer seja policial militar, quer seja da guarda municipal, porque isso intimida a ação violenta. Mas isso é uma medida de curto prazo. Nós precisamos de um envolvimento nacional, de uma campanha contra a violência, desarmar as almas das pessoas, desarmar as mentes das pessoas. É preciso afirmar a importância da paz, a importância do respeito, do amor em relação às pessoas pois nós vivemos tempo demais pregando a violência", disse o advogado.

No Recife, o secretário de Educação, Fred Amâncio, detalhou o que é feito nas escolas e creches municipais para maior controle de segurança.

"Todas as nossas escolas e creches têm porteiros, exatamente para fazer o controle de entrada e saída, não apenas dos estudantes, de profissionais, de pais, mas também de pessoas na unidade. A orientação que é adotada nas unidades é que o porteiro faz esse controle, e só é permitida a entrada de pessoas estranhas e até, eventualmente, dos próprios pais com autorização da equipe de gestão da escola", declarou o secretário.

COMO OS PAIS DEVEM ABORDAR O ASSUNTO COM OS FILHOS?

O assunto deixou muitos pais preocupados. A psicóloga Bruna Vaz explicou, entrevista à reportagem da Rádio Jornal, como agir diante da repercussão.

"É uma situação muito preocupante, preocupante do ponto de vista de políticas públicas, voltadas para segurança em si, mas também a necessidade de políticas públicas voltadas para o cuidado com as crianças e adolescentes no sentido da tentativa de implementar políticas de tolerância dentro das escolas", considera.

"A grande preocupação que a gente precisa ter é em casa, na escola e também no governo. Eu acho que frente à situações como essa, a gente precisa adotar uma postura de tolerância zero, mas também não podemos deixar escapulir quais ações podemos fazer dentro das escolas e dentro de casa que possam vir a coibir situações como essa", explicou Bruna.

"Dentro de casa os pais devem estar atentos ao que os filhos estão consumindo na internet. Não é só conversar, é efetivamente saber. Os adolescentes falam muito sobre individualidade e privacidade, mas deve haver um limite e cada família vai ter uma forma de observar", refletiu.

Em relação ao compartilhamento de conteúdos na internet de violência, ela afirma que: "efetivamente, quem pode resolver isso junto aos pais? A escola, a polícia. Principalmente, se for dentro da escola. É preciso ver o que a escola vai fazer", comentou a psicóloga.

"O primeiro ponto é conversar com a escola e saber o que a instituição tem feito para proteger os alunos. Seja do ponto de vista mais prático, de saber, por exemplo, quem entra e quem sai da escola, de que forma isso vem sendo monitorado, da segurança da escola em si. Mas mais ainda como é que a escola tem pensado em trabalhar com os alunos esse tipo de situação."

"E claro, também dentro de casa, conversar com os filhos, perguntar. Os governos também precisam entrar no debate, governo municipal, estadual, pensar quais políticas públicas podem ser feitas, que trabalho precisa ser feito com professores e coordenadores nas escolas", finalizou a profissional de saúde.

NOTAS OLINDA E JABOATÃO DOS GUARARAPRES

Em nota, a Prefeitura de Olinda declarou que as escolas tem porteiros e as pessoas que entram nos espaços sempre se identificam e precisam aguardar autorização.

Em Jaboatão dos Guararapes, segundo a prefeitura, todas as unidades de ensino têm vídeo monitoramento com sensores de presença 24h e rondas da guarda municipal. Além disso, ainda de acordo com a prefeitura, só entra na escola quem está autorizado. A nota diz ainda que a prefeitura analisa parceria com o governo do Estado para ampliação das rondas com a Polícia Militar.

INTERIOR DE PERNAMBUCO

No começo da semana passada, duas escolas localizadas no interior de Pernambuco precisaram reforçar a segurança após ameaças recebidas pelas redes sociais.

As instituições fazem parte da rede estadual de ensino de Pernambuco. Segundo a Secretaria de Educação e Esportes, a Polícia Militar foi acionada para, junto aos vigilantes, garantir o policiamento na Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) João Batista Vasconcelos, no município de Tacaratu, e a EREM de Jatobá, que fica em Petrolândia.

A Polícia Civil também foi acionada para investigar as ameaças. "As instituições envolvidas encaminharam as publicações em redes sociais às autoridades competentes e registraram um boletim de ocorrência", informou a secretaria.

A EREM de Jatobá manteve as aulas com a segurança reforçada na última segunda-feira. Já na EREM João Batista de Vasconcelos, as aulas ocorreram de forma remota.

*Os veículos do Sistema Jornal do Commercio, diante de episódios de ameaças e ataques envolvendo escolas, adotarão os cuidados recomendados pela polícia e especialistas de não dar publicidade a nomes e condutas de infratores.

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