CASO JOÃO DE DEUS

João de Deus pode passar 100 anos na prisão após condenação em mais três processos

João de Deus foi condenado em mais três processos que somam pena de quase cem anos de prisão

Vitória Floro
Vitória Floro
Publicado em 10/07/2023 às 19:26 | Atualizado em 10/07/2023 às 19:33
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João de Deus é preso novamente - FOTO: NE10

Nesta segunda-feira (10), o autointitulado médium João de Deus foi condenado em mais três processos que, em conjunto, somam pena de quase cem anos.

As condenações são pelos crimes de estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude contra oito mulheres, entre os anos de 2010 e 2018. Ele também foi condenado ao pagamento de indenização por danos morais às vítimas, em valores de até R$ 100 mil.

Para o portal Univesa, o advogado de defesa Anderson Van Gualberto de Mendonça afirmou que "a defesa técnica ainda não foi intimada" sobre as sentenças.

 Ele confirmou que a defesa aguardará ser intimada para recorrer. "Caso essa nova sentença adote as metodologias anteriores, estão fadadas a reforma pelos tribunais superiores, uma vez que estão em desacordo com a nossa legislação penal", destacou.

Com a nova condenação, as penas atribuídas a João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, totalizam 370 anos, 9 meses e 15 dias de reclusão. O Ministério Público ainda aguarda a sentença de outros quatro processos pendentes contra ele.

A defesa do ex-líder da Casa de Dom Inácio de Loyola, localizada em Abadiânia, nega veementemente que ele tenha cometido qualquer tipo de violência sexual e continua recorrendo de todas as sentenças proferidas.

Apesar das condenações, João Teixeira permanece em sua residência em Anápolis. Ele foi preso em dezembro de 2018, após as denúncias virem à tona no programa "Conversa com Bial" e no jornal "O Globo".

No entanto, em março de 2020, devido à pandemia de Covid-19, foi concedida a ele a prisão domiciliar. Com 82 anos de idade, é considerado improvável que João de Deus retorne à prisão, conforme afirma o Ministério Público.

Mais de 320 mulheres procuraram as autoridades para relatar abusos sexuais cometidos pelo ex-médium no período de 1973 a 2018. Muitos desses casos estavam prescritos quando foram reportados, impossibilitando que todos fossem levados à Justiça.

Até o momento, foram apresentadas 15 denúncias de crimes sexuais, envolvendo um total de 66 vítimas. Além disso, outras 120 mulheres foram listadas como "testemunhas de colaboração" em casos prescritos. As sobreviventes são provenientes de diversas regiões do Brasil e de pelo menos dez países, incluindo Holanda, Estados Unidos e Austrália.

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