A delação do ex-policial militar Élcio de Queiroz identificou um terceiro suspeito envolvido no assassinato da vereadora Marielle Franco, morta em março de 2018.
Em depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público do Rio, Élcio afirmou que quem "trouxe o trabalho" para Ronnie Lessa, apontado como autor dos disparos, foi Edimilson Oliveira da Silva, conhecido como Macalé.
"Foi através do Edimilson que trouxe, vamos dizer, esse trabalho para eles. Essa missão para eles foi através do Macalé, que chegou até o Ronnie", explicou Élcio.
O homem também confirmou que Macalé esteve presente em todas as ações feita para acompanhar a rotina de Marielle, vigiando a vereadora.
A delação de Élcio foi o deu início a operação feita nesta segunda-feira (24), que prendeu o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, que já havia sido condenado por tentar obstruir as investigações sobre o caso.
O ex-PM declarou que Ronnie, Maxwell e Macalé estavam juntos na primeira tentativa de assassinar Marielle, que teria acontecido ainda em 2017.
"Motorista seria Maxwell, o Suel [apelido do ex-bombeiro]. No banco do carona, Ronnie, com a metralhadora dele, a MP5. E no banco de trás, na contenção, seria o Edimilson Macalé, que faria a contenção com AK47", conta Élcio, que diz que Ronnie teria conversado com ele no ano novo sobre a ofensiva frutrada.
"Foi essa a situação que ele [Ronnie] me passou, nesse dia do ano novo que ele desabafou. Aí eu fiquei sabendo que era o mesmo carro", disse Élcio, fazendo menção ao Cobalt Prata utilizado na noite do crime.
Macalé era policial militar reformado e foi morto a tiros em novembro de 2021. A Polícia Civil investigou o caso na época, mas ainda obteve uma conclusão sobre o crime.
Segundo testemunhas, o ex-PM estava em seu carro quando foi atingido por tiros disparados de um outro veículo. O caso aconteceu na avenida Santa Cruz, em Bangu, zona oeste do Rio. Ele morreu no local.
CASO MARIELLE FRANCO: PF PRENDE SUSPEITO de envolvimento na MORTE da VEREADORA
Com Macalé, foi encontrada uma pistola Glock de calibre 45. Na época, a Polícia Civil informou que nem a arma nem os documentos do policial reformado foram levados na ação.
Parte da colaboração do ex-PM preso acontece sob sigilo. A Polícia Federal e o Ministério Público do Rio devem usar o depoimento de Élcio para definir quais os próximos passos das investigações.
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