POLÍTICA

Hacker recebeu mais de R$ 13 mil de membros do gabinete de Zambelli para tentar FRAUDAR APURAÇÃO DAS ELEIÇÕES DE 2022 e favorecer JAIR BOLSONARO

Walter Delgatti foi preso em operação da PF nesta quarta (2). Ele diz ter invadido o sistema do CNJ a pedido da deputada

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Vitória Floro

Publicado em 02/08/2023 às 19:42 | Atualizado em 02/08/2023 às 19:45
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De acordo com dados de transações financeiras obtidos pela Polícia Federal (PF), o hacker conhecido como "Vaza Jato", Walter Delgatti, foi preso preventivamente na manhã desta quarta-feira (2/8) e recebeu R$ 13,5 mil através de transferências via Pix, provenientes de pessoas próximas à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

Os autores dessas movimentações são servidores comissionados no gabinete da parlamentar e um parente.

Delgatti é suspeito de ter invadido os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em janeiro deste ano, entre os dias 4 e 6.

Durante esse período, ele teria inserido 11 alvarás de soltura de presos e um mandado de prisão falso contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, no sistema do CNJ e em outros tribunais brasileiros.

“Verifica-se que, do montante de R$ 13.500, a quantia de R$ 10.500 foi enviada por Renan César Silva Goulart, valendo-se de 3 transferências bancárias via Pix; e que o valor de R$ 3.000 foi enviado, numa única transferência bancária via Pix, por Jean Hernani Guimarães Vilela”, diz a PF.

Nesta quarta-feira (2), uma operação da Polícia Federal (PF) teve como alvos Goulart, servidor comissionado da Assembleia Legislativa de São Paulo, lotado no gabinete de Bruno Zambelli, irmão da deputada Carla Zambelli, e Vilela, secretário parlamentar no próprio gabinete da parlamentar.

Tanto Delgatti, o hacker conhecido como "Vaza Jato", quanto Carla Zambelli foram alvos dessa operação. A deputada teve mandados de busca e apreensão cumpridos em, pelo menos, quatro endereços. O hacker foi preso preventivamente.

Em um pronunciamento na Câmara dos Deputados, Carla Zambelli admitiu ter mantido contato com Delgatti e ter o colocado em contato com o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. No entanto, ela negou qualquer envolvimento na invasão dos sistemas.

“O que tenho de relação com o Walter é que o conheci, saindo de um hotel. Vivia trocando de telefone, queria falar ao vivo. Nos vimos três vezes, e conversamos sobre tecnologia. Uma vez, o ajudei a vir a Brasilia, ele disse que teria provas e serviços a oferecer ao PL e o levei a Valdemar da Costa Neto, fizemos uma reunião”, admitiu a parlamentar.

Segundo informações reveladas no depoimento, Delgatti admitiu a invasão dos sistemas do Judiciário e confirmou o envolvimento da deputada Carla Zambelli. Além disso, o delator afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro perguntou a ele se, munido de "código-fonte", conseguiria invadir as urnas eletrônicas.

Contudo, Delgatti esclareceu que esse plano não avançou, pois o acesso concedido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi restrito à sede do tribunal, e ele não teve a oportunidade de ir lá.

A reunião na qual essa questão foi discutida teria ocorrido no Palácio do Planalto. Essas informações foram noticiadas pela coluna Na Mira.

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