É possível parcelar no cartão sem juros fora do Brasil? Entenda como as compras parceladas funcionam em outros países
Entenda como funcionam as regras de parcelamento no cartão fora do país

O conceito de parcelamento sem juros é uma prática comum no Brasil, mas menos disseminada em outras partes do mundo. Entenda como esse método de pagamento surgiu no país e a dinâmica presente no exterior.
O parcelamento sem juros no cartão de crédito emergiu na década de 1990 como uma alternativa ao cheque pré-datado.
A prática de parcelamento de compras é uma prática antiga no Brasil e ganhou popularidade devido ao histórico de inflação elevada no país.
Antes do parcelamento no cartão de crédito, o Brasil já utilizava parcelamentos via carnês de crediário. Bruno Samora, diretor de produtos da Matera, recorda que, durante os anos de hiperinflação, a frequente elevação dos salários tornava mais acessível a aquisição de bens por meio do pagamento parcelado.
O parcelamento sem juros é amplamente adotado pela maioria dos brasileiros. Dados do Datafolha indicam que, em 2022, 75% da população recorreu ao crédito parcelado sem juros.
A Febraban afirma que metade das compras são efetuadas por meio de parcelamento sem juros.
Como é fora do Brasil
No Brasil, o parcelamento sem juros no cartão de crédito é uma característica única. Conforme afirmado pelo presidente do Banco Central, 40% das transações comerciais são efetuadas por meio de cartão de crédito no país, uma proporção que contrasta com a média de cerca de 10% a 15% observada em "países emergentes normais". Além disso, de acordo com o IDV, 80% das compras parceladas com cartão são divididas em até 6 meses.
A partir de 2020, uma modalidade denominada "buy now pay later" (traduzida como "compre agora e pague depois") tem ganhado popularidade no exterior. Segundo Samora, essa forma de pagamento está sendo explorada por pessoas de outros países.
Nesse sistema, o consumidor realiza a compra e pode parcelar o pagamento em intervalos mensais, quinzenais ou até semanais, dependendo do caso.
As operações podem ou não envolver juros (ou, pelo menos, eles não são aparentes), e não há um limite predeterminado para o número de parcelas — as regras de parcelamento são definidas por cada instituição financeira.