SAÚDE

Parasita vivo de 8 cm é encontrado no cérebro humano pela primeira vez

Parasita de cobras píton é encontrado pela primeira vez no cérebro de uma mulher australiana de 64 anos

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Cadastrado por

Amanda Marques

Publicado em 29/08/2023 às 14:39
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Pela primeira vez, um verme de oito centímetros, ainda vivo, foi retirado do cérebro de uma mulher australiana, de 64 anos, que sofria com problemas de memória. De acordo com os profissionais que realizaram o procedimento, este é o primeiro caso de um parasita do tipo Ophidascaris robertsi no cérebro humano.

Encontrar esse tipo de parasita no cérebro humano foi surpreendente, já que normalmente são encontrados em cobras píton - os humanos costumam ser hospedeiros de suas larvas. Contudo, o caso da australiana, o animal chegou no cérebro.

Descoberta do parasita no cérebro humano

Esse caso começou no final de janeiro de 2021, quando a paciente foi internada em um hospital local após sofrer durante três semanas com dor abdominal, diarreia, seguida de tosse seca, febre e suores noturnos.

Em 2022, o caso evoluiu para esquecimento e depressão, o que levou a paciente ser encaminhada para o hospital de Canberra, onde o procedimento da retirada do parasita aconteceu.

Como o verme de 8 cm foi descoberto? Através de uma ressonância magnética do seu cérebro, foi possível detectar anormalidades que exigiam procedimento cirúrgico. Contudo, não se esperava o verme.

“Mas o neurocirurgião certamente não entrou lá pensando que encontraria um verme se contorcendo”, disse o médico de doenças infecciosas do hospital de Canberra, Dr. Sanjaya Senanayake. “Os neurocirurgiões lidam regularmente com infecções no cérebro, mas esta foi uma descoberta única na carreira. Ninguém esperava encontrar isso.”

Verme surpreende profissionais 

Com a retirada do verme ainda vivo, os profissionais do hospital começaram a querer identificar o animal, contudo, apenas quando levaram ao laboratório de um cientista do CSIRO, foi confirmado a sua espécie. 

Segundo o Senanayake, a mulher de 64 anos reside próxima a um lago habitado por pítons-tapete. Mesmo sem o contato direto, a mulher frequentemente coletava gramíneas nativas, incluindo folhas ao redor do lago para usar na comida.

Os médicos e cientistas levantaram a possibilidade de uma píton ter espelhado o parasita pelas fezes na grama. Logo, caso a suspeita seja válida, a paciente foi infectada ao tocar na grama e transferir os ovos para a comida ou utensílios de cozinha, ou até mesmo ao ingerir as verduras colhidas, segundo o The Guardian

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