Denúncias de homofobia ultrapassam 90% no 1° semestre deste ano
Dados mostram aumento preocupante nas denúncias de homofobia no primeiro semestre deste ano, que já ultrapassaram as estatísticas de 2022
O Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos divulgou dados preocupantes de denúncias de homofobia no Brasil, que aumentaram 90,27% no primeiro semestre de 2023.
De janeiro a junho deste ano, cerca de 1.076 denúncias foram registradas, número que já se aproximava da marca do ano passado. Contudo, mais 597 casos de julho e agosto foram adicionados à estatística.
No primeiro semestre de 2022, as denúncias somavam 565. Já no final do ano, o total de denúncias foi de 1.906.
Caso de homofobia contra Victor Meyniel
Recentemente, o ator Victor Meyniel repercutiu após ser agredido fisicamente na portaria de um prédio em Copacabana no último sábado (02). O caso de homofobia chocou os usuários na web.
A investigação do caso foi finalizada e seguirá para o Tribunal de Justiça do estado do Rio de Janeiro. O agressor que foi indiciado por lesão corporal, injúria por atos homofóbicos e uso de documento falso, segundo a CNN Brasil.
“Não vamos ouvir mais ninguém, já foi suficiente as pessoas que foram ouvidas para deixar claro e evidente que houve, sim, um ato homofóbico. Que as lesões foram praticadas por intolerância por conta da repulsa de ter sido chancelado de gay”, afirmou o delegado João Valetim Neto, da 12ª DP, segundo a CNN Brasil.
“Ficou claro para a Polícia Civil que, além das lesões corporais, houve, sim, atos homofóbicos praticados em desfavor do Victor Meyniel, além do uso de documento falso”, completou.
Lei contra a homofobia
Quando o assunto é legislação, o Supremo Tribunal Federal (STF) equiparou a discriminação por orientação secual ou identidade de gênero ao crime de racismo. Somado a isso, os crimes motivados por homofobia ou transfobia são considerados hediondos.
Mas, apesar das tentativas, as denúncias de homofobia não são tratadas da forma correta pelo sistema, segundo o advogado Gustavo Coutinho, membro do Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual e de Gênero (GADvS), que confirmou ao site Metrópoles.
*Com informações do Metrópoles e CNN Brasil.