CIÊNCIA

Pesquisadores brasileiros descobrem nova espécie de borboleta já ameaçada de extinção

Com o nome popular de "borboleta-guerreira-das-pedras" , o animal foi descoberto nas montanhas de Minas Gerais e já está ameaçado de extinção

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Amanda Marques

Publicado em 15/09/2023 às 13:30
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Nesta sexta-feira (15), pesquisadores brasileiros revelaram a descoberta de um novo gênero e espécie de borboleta, que foi encontrada durante expedições nas montanhas do leste de Minas Gerais. A novidade da borboleta, batizada Agojie rupicola, foi publicada na revista científica "Zootaxa", nesta sexta-feira (15), onde os pesquisadores descreveram a nova espécie que já se encontra ameaçada de extinção. 

Como a borboleta foi encontrada? Durante uma das expedições realizada pelo grupo de estudiosos do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA) e da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), o entomólogo Danilo COordeiro, do INMA, coletou a borboleta e ecaminhou para a professora Thamara Zacca, professora do Departamento de Entomologia do Museu Nacional da UFRJ.

Após a coleta do animal, os estudos confirmaram a nova espécie ainda desconhecida com características que justificam a singularidade de um novo gênero.

Borboleta-guerreira-das-pedras

Agojie rupicola é a mistura da cultura pop e ciência.

Agojie é um nome que remete às guerreiras Agojie do reino de Daomé, na África Ocidental, que foram destaque no filme "A Mulher Rei", protagonizado por Viola Davis. Já o nome específico, rupicola, faz referência ao habitat em que a espécie foi encontrada, ou seja, no ambiente rochoso da Mata Atlântica.

Contudo, a pequena borboleta de asas castanho-avermelhadas também ganhou um nome popular, "borboleta-guerreira-das-pedras", esse que pode facilitar o seu conhecimento pela população e comunidade científica.

“Temos que contar a todos sobre a nova borboleta, que acabou de ser descoberta mas já se encontra ameaçada de extinção pelo desmatamento, fogo e invasão dos seus habitats por gramíneas africanas”, explica Danilo Cordeiro.

Pesquisa 

A pesquisa começou a ser desenvolvida a partir do estudo das 250 borboletas e mariposas (insetos da ordem Lepidoptera) que foram doadas pelo INMA ao Museu Nacional/UFRJ em 2022, para ajudar a reconstruir a coleção científica do Museu, destruída por um incêndio em setembro de 2018. Segundo Zacca, “as coleções científicas são valiosas fontes de conhecimento sobre a biodiversidade. A coleção entomológica do Museu Nacional era uma das maiores e mais antigas do Brasil, sendo uma referência nacional e internacional. Reconstruir essa coleção é fundamental para ampliar o nosso conhecimento sobre as espécies brasileiras. Uma vez incorporados à coleção, os espécimes podem ser estudados e identificados por especialistas, como é o caso dessa borboleta, gerando subsídios para diversas descobertas e pesquisas em outras áreas, como a saúde e a agricultura“, disse a pesquisadora.

Para Paulo Minatel Gonella, pesquisador da Universidade de São João del-Rei, é necessário pensar na preservação e conservação do local onde a nova espécie foi encontrada, e os pesquisadores têm feito articulações para que isso ocorra. “Temos conversado com a comunidade, os órgãos ambientais e o poder público local para pensar na melhor estratégia de proteção das montanhas da região. Uma proposta de Unidade de Conservação está sendo elaborada com o auxílio do Plano de Ação Territorial Capixaba-Gerais, uma importante ferramenta para pensar coletivamente ações para proteger espécies ameaçadas de extinção”, finaliza Gonella.

*Fonte: Agência Bori. 

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