Aborto no Brasil

Rosa Weber vota a favor de descriminalizar aborto até 12 semanas; Agora, STF fará julgamento presencial

Ministro Luís Roberto Barroso é quem pediu para que julgamento seja presencial

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Gabriel dos Santos

Publicado em 22/09/2023 às 7:53 | Atualizado em 22/09/2023 às 8:57
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ABORTO - O julgamento sobre descriminalização do aborto até a 12ª semana de gravidez começou na madrugada desta sexta-feira (22). A ministra Rosa Weber foi a primeira a votar no plenário virtual do Supremo Tribunal Federal (STF). As informações são da  reportagem do G1.

ENTENDA PROCESSO

  • PEDIDO: O pedido para descriminalizar o aborto até 12 semanas foi feito em 2017 pelo partido Psol. Rosa Weber é a relatora do caso e, também como presidente do STF, optou por iniciar o julgamento no plenário virtual como forma de acelerar o processo e poder votar, já que ela se aposentará do Supremo no próximo dia 2 de outubro, quando se aposentará.

Mesmo que o julgamento só se encerre após a aposentadoria de Rosa Weber, o voto dela será considerado e o próximo ministro, que substituí-la, não poderá votar neste julgamento sobre descriminalização do aborto.

  • No total, o STF tem 11 ministros. O segundo a votar será o ministro Luís Roberto Barroso. No entanto, o ministro pediu destaque e, a partir de agora, o julgamento ocorrerá no plenário presencial do Supremo.

Não se sabe ainda quando o julgamento será retomado, agora, que será realizado de maneira presencial, dependendo de quando a presidente do STF pautará o tema.

VOTO DE ROSA WEBER

Em seu voto, Rosa Weber disse que o aborto é criminalizado no Brasil há 70 anos e que as mulheres foram silenciadas nos anos 1940, quando o assunto foi debatido.

Rosinei Coutinho/SCO/STF
Ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF) - Rosinei Coutinho/SCO/STF

"A dignidade da pessoa humana, a autodeterminação pessoal, a liberdade, a intimidade, os direitos reprodutivos e a igualdade como reconhecimento, transcorridas as sete décadas, impõem-se como parâmetros normativos de controle da validade constitucional da resposta estatal penal", escreveu a ministra Rosa Weber.

A ministra também pediu que os Poderes Executivo e Legislativo implementem um sistema de justiça social reprodutiva.

"A dimensão prestacional da justiça social reprodutiva, como argumentado, explica a desconstituição da validade da política punitiva de encarceramento, que não se demonstra suficiente e proporcional enquanto política pública de desestímulo à gravidez indesejada, tampouco eficaz na perseguição da sua finalidade subjacente, que é tutela da vida humana. Por isso, a necessidade, melhor, a imprescindibilidade da sua execução."

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