CLIMA

Nordeste pode ter seca agravada em janeiro de 2024 por influência do El Niño e aquecimento do Atlântico Tropical Norte

Norte do Nordeste deve sofrer com clima desfavorável no começo do ano de 2024

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Amanda Marques

Publicado em 23/10/2023 às 11:14
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A previsão do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cematem) aponta que a seca que atinge os municípios da área norte do Nordeste devem se agravar até janeiro de 2024.

Esse cenário é desencadeado pela combinação de fenômenos que estão contribuindo para a seca da região desde junho, como o El Niño e o aquecimento no Atlântico Tropical Norte.

Secas no Nordeste devem se agravar

O fenômeno El Niño costuma provocar chuvas abaixo das médias nas regiões do Nordeste e Norte, além de precipitações acima da média na área Sul do país. Contudo, o impacto vai depender da localização e intensidade da anomalia de temperatura das águas no Pacífico.

Neste ano, as maiores anomalias de temperatura estão concentradas na costa leste do Oceano Pacífico, entre o Equador e o Peru, e isso pode causar impactos diferentes a depender da situação do Atlântico Tropical Norte e, consequentemente, nas precipitações do norte do Nordeste.

O painel de monitoramento do El Niño aponta que o fenômeno deverá atingir o pico de intensidade durante os meses de dezembro de 2023 e janeiro de 2024.

O Inpe indica que os fenômenos continuarão a atuar no primeiro semestre de 2024, o que pode manter as chuvas abaixo da média durante a estação chuvos ado norte do Nordeste, que acontece entre fevereiro e maio.

"A preocupação é de que se não chover na estação chuvosa, as chuvas só deverão ocorrer na próxima estação, que começa a partir de novembro”, afirma o coordenador-Geral de Operações e Modelagem do Cemaden, Marcelo Seluchi, segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

De acordo com dados do Cemaden, atualmente, a região apresenta aproximadamente 100 municípios em condição de seca severa, o que, em consequência, afeta cerca de 30% das áreas agrícolas e de pastagens. Em algumas regiões, como no extremo oeste da Bahia, a área impactada já chega a 80%.

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