VACINAÇÃO

Registro de vacinação contra Covid-19 de Bolsonaro é falso, conclui a Controladoria-Geral da União

CGU verificou uma fraude no sistema estadual para a liberação do certificado de vacinação de Bolsonaro

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Amanda Marques

Publicado em 19/01/2024 às 9:56
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Uma investigação da Controladoria-Geral da União (CGU) concluiu que o registro de imunização contra a covid-19 no cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro é falso. A apuração teve origem em um pedido à Lei de Acesso à Informação (LAI) feito no final de 2022.

Os dados atuais do Ministério da Saúde indicam que Bolsonaro teria se vacinado em 19 de julho de 2021 na Unidade Básica de Saúde (UBS) Parque Peruche, em São Paulo. No entanto, a CGU verificou que o ex-presidente não estava na capital paulista nessa data, e o lote de vacinação registrado não estava disponível na UBS naquela ocasião.

Registros da Força Aérea Brasileira (FAB) revelaram que Bolsonaro voou de São Paulo para Brasília um dia antes da suposta vacinação e não realizou nenhum outro voo até pelo menos 22 de julho de 2021.

Depoimentos de funcionários da UBS negaram a presença de Bolsonaro no local na data informada, e a enfermeira indicada no cartão, que comprovou documentalmente não trabalhar mais na UBS na data do registro.

A CGU concluiu que a fraude ocorreu no sistema estadual. Os funcionários da UBS compartilhavam o mesmo login e senha do sistema VaciVida, mantido pela Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo. A CGU recomendou o arquivamento do caso por não identificar um agente público responsável, mas encaminhará os resultados às autoridades estaduais e municipais para as devidas providências.

A Controladoria verificou a segurança do sistema do Ministério da Saúde, descartando a inserção de dados em nível federal. Não foram encontradas suspeitas de envolvimento de servidores públicos federais na alteração dos dados.

REGISTRO FALSO DE VACINAÇÃO

Este não foi o primeiro registro falso de vacinação atribuído a Bolsonaro. Dois registros em Duque de Caxias (RJ) foram efetuados e cancelados antes da investigação da CGU.

Suspeitas de fraude em cartões de vacinação resultaram na Operação Venire da Polícia Federal, com a prisão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República.

A defesa de Bolsonaro, na época, alegou falta de provas do envolvimento direto do ex-presidente no caso. Em depoimento à Polícia Federal, Bolsonaro negou fornecer orientações para alterar seus registros de vacinação.

*Com informações da Agência Brasil.

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