AMÉRICA DO SUL

Blindados chegam a Roraima e reforçam fronteira com Venezuela e Guiana

Região sofre tensão por causa da disputa pela região de Essequibo

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Marcelo Aprígio

Publicado em 05/02/2024 às 9:16
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O Exército brasileiro concluiu o deslocamento de 28 blindados para Roraima, com o objetivo de reforçar a segurança na fronteira com Venezuela e Guiana, em meio ao aumento das tensões entre os dois países devido à disputa pela região de Essequibo.

Essa transferência de blindados para o norte do país faz parte da Operação Roraima, que tem enviado equipamentos militares para a região amazônica.

Segundo o Exército, o plano inclui um aumento de 10% no efetivo de tropas no Comando Militar do Norte e no Comando Militar da Amazônia.

"O envio dos blindados é fruto do planejamento estratégico do Exército Brasileiro, com foco no reforço e na priorização da região amazônica", afirmou o Centro de Comunicação Social do Exército em comunicado.

A estrutura da unidade militar em Roraima está sendo expandida de esquadrão para regimento. "Após a transformação completa da unidade, prevista para 2025, o Regimento contará com três esquadrões e aproximadamente 600 militares", informou o Exército.

Esses equipamentos partiram de Campo Grande (MS) em 17 de janeiro e chegaram a Manaus na semana passada, percorrendo mais de 3,5 mil quilômetros antes de serem deslocados para Roraima.

O comboio que chegou a Boa Vista (RR) incluía 14 Viaturas Blindadas Multitarefa (VBMT) 4x4 Guaicurus, equipadas com sistemas de armas remotamente controlados, meios ópticos de visão térmica e módulos de comando e controle, além de oito Viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal Médio sobre Rodas (VBTP-MR) Guarani, seis Viaturas Blindadas de Reconhecimento Média Sobre Rodas (VBR-MSR) EE-9 Cascavel e outras viaturas administrativas.

ESSEQUIBO: VENEZUELA X GUIANA

O deslocamento de tropas e equipamentos militares para Roraima teve início após um aumento das tensões entre Venezuela e Guiana devido à disputa pelo território de Essequibo.

Esse território, alvo de uma controvérsia desde o século XIX, foi reivindicado novamente pelo governo venezuelano no ano passado. Em dezembro, os eleitores venezuelanos aprovaram, em referendo, a incorporação de Essequibo, que representa 75% do território atual da Guiana.

Com uma área de 160 mil km² e uma população de 120 mil pessoas, Essequibo é disputado desde 1899, quando foi entregue à Grã-Bretanha, que controlava a Guiana na época. A Venezuela não reconhece essa decisão e sempre considerou a região "em disputa".

Em 1966, as Nações Unidas intermediaram o Acordo de Genebra após a independência da Guiana, estabelecendo que a região ainda está "por negociar". Estima-se que a região possua bilhões de barris de petróleo.

Em 15 de dezembro de 2023, os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Guiana, Irfaan Ali, concordaram em não usar a força um contra o outro para resolver a controvérsia.

O Brasil participou da mediação desse encontro e está prevista uma nova reunião entre os dois presidentes até março deste ano para dar continuidade às negociações.

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