IMUNIZAÇÃO

Cobertura vacinal completa contra covid em crianças não chega a 12%

O boletim do Observa Infância revela que quanto mais jovem a faixa etária, menor a aplicação da vacina

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Marcelo Aprígio

Publicado em 11/03/2024 às 11:44 | Atualizado em 11/03/2024 às 11:50
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A cobertura vacinal completa contra a covid-19 em crianças permanece baixa, gerando preocupações sobre a persistência do número de mortes pela doença.

Segundo o Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), uma iniciativa conjunta da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Faculdade de Medicina de Petrópolis, apenas 11,4% dos jovens com menos de 14 anos receberam as três doses do imunizante. O alerta foi emitido nesta segunda-feira (11).

Desde 2023, a vacina contra a covid-19 está disponível para crianças a partir de seis meses de idade, com um esquema vacinal completo composto por três doses.

No entanto, o boletim do Observa Infância revela que quanto mais jovem a faixa etária, menor a aplicação da vacina. Na população adulta, apenas 14,9% completaram o ciclo vacinal com quatro doses.

Entre as crianças de seis meses a dois anos de idade, somente 14,2% receberam duas doses, e apenas 6,3% completaram o ciclo com três aplicações.

Na faixa de três a quatro anos, 23,1% receberam duas doses e apenas 6,7% completaram o esquema vacinal. Para crianças de cinco a 11 anos, apenas 56% receberam duas doses, e 12,8% completaram as três doses.

Vacinação x mortes

O boletim também apresenta dados sobre mortes de crianças com covid-19 para destacar a importância da vacinação.

Em comparação às oito primeiras semanas dos anos entre 2021 e 2024, em 2021 foram registradas 118 mortes de crianças até 14 anos, representando 38,3% do total de óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) nessa faixa etária. No ano seguinte, esse número aumentou para 326, correspondendo a 47,1% das mortes por SRAG.

Em 2023, quando a vacina estava disponível para crianças a partir de seis meses, o número de mortes recuou para 50, representando 24,5% do total de óbitos por SRAG.

Em 2024, houve uma estabilização, com 48 mortes, o que representa 32,4% dos casos de morte por SRAG.

A Fiocruz destaca a eficácia da vacinação, enfatizando a necessidade de intensificar esse processo. Os pesquisadores sugerem que a persistência no número de mortes entre 2023 e 2024 pode estar diretamente relacionada à baixa cobertura vacinal.

“Apesar da diminuição observada entre 2022 e 2023, a relativa estabilidade dos números de óbitos em 2024 é preocupante, sublinhando a necessidade urgente de esforços concentrados para aumentar a cobertura vacinal entre crianças e adolescentes, como uma estratégia chave para combater efetivamente a disseminação do coronavírus e proteger os mais jovens das formas graves da doença”, afirma o boletim.

“Temos uma vacina segura, eficiente e disponível em todos os municípios. Precisamos usar o recurso que nós temos para garantir a saúde das crianças, especialmente em um cenário desfavorável com a circulação de outras doenças perigosas, como a dengue”, alerta o coordenador do Observa Infância, Cristiano Boccolini.

Com informações da Agência Brasil.

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