SAÚDE

Risco de AVC aumenta em 56% em pessoas que roncam

Estudo foi publicado no The Lancet Regional Health

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Cadastrado por

Marcelo Aprígio

Publicado em 12/03/2024 às 10:55 | Atualizado em 12/03/2024 às 11:01
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Muitas vezes considerado uma perturbação noturna comum, o ronco pode estar associado a um risco significativamente alto de acidente vascular cerebral (AVC). É o que revela um estudo publicado no The Lancet Regional Health.

De acordo com a publicação, durante um acompanhamento médio de 10 anos, 19.623 participantes desenvolveram AVC.

Os resultados do estudo confirmam que as pessoas que roncavam tinham uma chance 56% maior de ter um AVC.

"Quando olhamos mais de perto, vemos diferenças significativas entre os dois tipos de acidente: o risco de AVC hemorrágico aumentou em 50% para aqueles que roncavam, enquanto o risco de AVC isquêmico mais do que dobrou, com um aumento de 102%”, completa Alexandre Ordones, coordenador do departamento de Medicina do Sono da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF).

Dos casos de acidente vascular cerebral registrados, 11.483 foram classificados como isquêmicos, enquanto 5.710 foram identificados como hemorrágicos.

RONCO

Segundo Ordones, o ronco pode ocasionar sonolência diurna, fadiga, alterações de memória, dores de cabeça pela manhã, sensação de perda de energia e cansaço crônico.

“A obstrução nasal pode levar a fragmentação do sono, reduzindo a capacidade de sono profundo, que é a fase do sono na qual as ondas cerebrais estão mais lentas, “descansando” e com uma inibição por meio dos neurônios do neocórtex (região localizada na parte externa do cérebro) que está relacionada à funções como comandos motores, percepção sensorial, consciência e linguagem”, pontua o médico.

Para realizar um tratamento de problemas com o sono é preciso avaliar cada caso cuidadosamente, o diagnóstico é feito por um exame chamado polissonografia, que trata-se de um procedimento não invasivo realizado durante o sono do paciente.

“Durante uma noite de sono, dados são coletados para que o médico possa diagnosticar distúrbios do sono, tais como apneia obstrutiva, movimentos periódicos das pernas e comportamentos noturnos, como sonambulismo”, informa o especialista.

Algumas dicas são úteis para melhorar a qualidade de sono:

  • Manter um peso saudável: o ganho de peso pode resultar na acumulação de gordura nas estruturas ao redor da faringe e da língua, o que diminui o espaço disponível para a passagem de ar;
  • Evitar o consumo de álcool: a bebida pode relaxar os músculos da faringe, o que facilita a ocorrência de apneia;
  • Não fumar por pelo menos 4 horas antes de deitar: o tabagismo inflama as vias aéreas superiores, o que pode dificultar a respiração;
  • Praticar atividade física regularmente: melhora a capacidade cardiorrespiratória e diminui a pressão sanguínea, reduzindo assim o risco de AVC.

DIA MUNDIAL DO SONO

A fim de enfatizar a importância da respiração no sono, a ABORL-CCF, celebrará o Dia Mundial do Sono, em 15 de março, com a campanha “respire bem e durma melhor”, como possibilidade de explorar um problema que, muitas vezes, é visto como um simples incômodo.

“A matéria apresentada neste portal tem caráter informativo e não deve ser considerada como aconselhamento médico. Para obter informações fornecidas sobre qualquer condição médica, tratamento ou preocupação de saúde, é essencial consultar um médico especializado.”

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