CENSO

Mais da metade da população brasileira vive no litoral

Segundo o Censo 2022, 111,28 milhões de pessoas moram próximo ao mar

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Marcelo Aprígio

Publicado em 21/03/2024 às 10:53 | Atualizado em 21/03/2024 às 11:52
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De acordo com os dados do Censo 2022, divulgados nesta quinta-feira (21), aproximadamente 111,28 milhões de pessoas residem nas proximidades do litoral brasileiro, em uma faixa territorial que engloba domicílios localizados a até 150 quilômetros da costa.

Esse número representa 54,8% da população total estimada em 2022, que era de 203,08 milhões, conforme levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Comparado a 2010, houve um acréscimo de quase 5 milhões de pessoas nessa região costeira (antes eram 106,37 milhões).

No entanto, a proporção da população vivendo no litoral em relação ao total nacional diminuiu, pois representava 55,8% na última década.

Pernambuco Construtora/Vinicius Lubambo
A Pernambuco Construtora é pioneira em investir em construções de alto padrão em Muro Alto. Com sua beleza natural, a praia tem atraído turistas de todos os lugares do mundo. - Pernambuco Construtora/Vinicius Lubambo

Os dados do censo também indicam que 9,42 milhões de pessoas residem na faixa de fronteira, ou seja, em áreas localizadas a até 150 quilômetros dos limites do território brasileiro.

Essa parcela corresponde a 4,6% da população total do país. Parte do litoral sul do Rio Grande do Sul e do noroeste do Amapá estão tanto na faixa litorânea quanto na de fronteira.

Em termos absolutos, houve um aumento de 603 mil pessoas vivendo na faixa de fronteira. No entanto, em termos relativos, a proporção em relação à população total permaneceu em 4,6%.

Esses dados foram obtidos por meio da análise dos dados populacionais e domiciliares de cada um dos 452.388 setores censitários do Censo 2022.

Setores censitários

Os setores censitários são áreas delimitadas pelo IBGE, que podem variar de pequenas áreas urbanas a grandes áreas rurais.

Eles constituem a menor divisão geográfica do censo e são importantes não só para o planejamento do instituto, mas também para pesquisadores e gestores públicos.

Hoje, foram divulgados apenas alguns dados preliminares dos setores censitários, pois alguns ainda estão passando por ajustes que podem resultar em mudanças em seus limites. Os dados consolidados serão divulgados apenas no segundo semestre.

Os mais de 452 mil setores censitários permitem uma análise detalhada da população e dos indicadores sociais dos 10.670 distritos e 643 subdistritos dos 5.568 municípios brasileiros, além do Distrito Federal e de Fernando de Noronha.

Esses dados revelam, por exemplo, que o setor censitário mais populoso é o presídio da Papuda, no Distrito Federal, com 10.163 habitantes.

Brasília também possui o setor com o maior número de domicílios: o Condomínio Itapoã Parque, com 6.322 domicílios. Já a área com a maior média de moradores por domicílio é Toricueije, em Barra do Garça (MT).

A partir desses setores censitários, é possível obter informações sobre áreas específicas dentro de bairros urbanos ou zonas rurais, como o número de pessoas que residem próximas a hospitais, escolas, centros comerciais ou áreas suscetíveis a desastres naturais.

“Durante a realização do Censo, em 2023, houve um desastre natural na comunidade Vila Sahy, em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo. Na ocasião, o IBGE contribuiu com informações de população e domicílios daquela região, como forma de auxiliar o Poder Público a identificar vítimas no local”, disse o pesquisador do IBGE Raphael Moraes.

Segundo outro pesquisador do IBGE, Fernando Damasco, desde o Censo de 1940 o instituto vem ampliando o número de setores censitários. Naquele ano, por exemplo, eram apenas 32 mil setores.

“Entre o Censo de 2000 [quando havia 215.860 setores] e o Censo de 2022, nós efetivamente dobramos o número de setores. De 2010 para 2022, criamos 135.764 novos setores censitários. Isso é representativo da intensificação da produção domiciliar do país, mas também demonstra uma trajetória de refinamento e aperfeiçoamento conceitual do nosso trabalho de mapeamento. E isso proporciona uma diferenciação geográfica muito maior da informação”.

Ele destaca que o Censo de 2022 apresentou uma série de melhorias e aperfeiçoamentos na delimitação dos setores censitários.

“Em primeiro lugar, passamos a usar intensivamente serviços de imagens orbitais de alta resolução, implementamos o uso de registros administrativos georreferenciados de diversas fontes. Isso nos permitiu chegar à operação de coleta com conhecimento muito refinado do território. O que tem ganhos em termos de cobertura e de qualidade das informações”.

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