PÁSCOA

Semana Santa: pesquisa indica a intenção de consumo das famílias da RMR

Estudo da UniFAFIRE revela que 71% dos recifenses pretendem comprar pescados e 55% deverão apostar nos chocolates

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Marcelo Aprígio

Publicado em 22/03/2024 às 8:19 | Atualizado em 22/03/2024 às 8:39
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A Páscoa tem um lugar de destaque no calendário cristão, carregando consigo um significado cultural profundo no Brasil.

Segundo o censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010, os cristãos representam 88,52% da população do país, distribuídos entre católicos apostólicos romanos (64,44%), evangélicos (22,1%) e outras denominações cristãs, totalizando cerca de 2%. Vale ressaltar que os dados sobre religião do censo 2022 ainda não foram divulgados.

Conforme a pesquisa Global Religion 2023, conduzida pelo instituto Ipsos e reportada pela BBC News Brasil, quase nove em cada dez brasileiros afirmam acreditar em Deus.

Com um índice de 89% de fé em uma divindade, o Brasil lidera um ranking de 26 nações compilado pelo Ipsos, usando uma plataforma online para monitorar o comportamento religioso.

PÁSCOA 2024

Esses dados refletem o vínculo significativo entre a Páscoa e o tecido social brasileiro, destacando a conexão expressiva com o consumo de pescados e chocolates. Esta data impulsiona diversos setores do varejo, especialmente aqueles relacionados a esses alimentos.

Para entender melhor como os residentes de Recife estão se preparando para o período, o Núcleo FAFIRE Inteligência de Mercado, um grupo de estudos do Centro Universitário Frassinetti do Recife, realizou um levantamento sobre o comportamento e os padrões de consumo alimentar na Região Metropolitana do Recife (RMR).

A pesquisa, intitulada "Intenção de Compra de Pescados e Chocolates na Semana Santa", conduzida entre os dias 5 e 12 de março, entrevistou 750 pessoas em diversos locais de Recife, como os bairros do Derby, Boa Vista e Jaqueira.

Os resultados acabam de ser divulgados, mostrando que 71% dos entrevistados planejam adquirir pescados.

Destes, aproximadamente 45% pretendem gastar acima de R$ 100, enquanto 44% têm a intenção de gastar entre R$ 50 e R$ 100. Quanto aos chocolates, cerca de 55% dos recifenses entrevistados planejam comprar, sendo que a maioria (44%) planeja gastar entre R$ 50 e R$ 100 nesse item.

De acordo com João Paulo Nogueira, educador financeiro e Coordenador do Núcleo FAFIRE Inteligência de Mercado, esses resultados evidenciam que ainda há uma demanda considerável por chocolates, com uma parcela significativa do público disposta a investir mais nesse produto.

PEIXE NA SEMANA SANTA

No entanto, o interesse dos recifenses em adquirir pescados para a Semana Santa é substancialmente maior.

"Acreditamos que essa elevação está relacionada aos hábitos religiosos da maioria da população nesse período. A crença está muito ligada a esse consumo, sobretudo na Sexta-Feira Santa e no domingo, onde as pessoas costumam fazer a penitência da carne, consumindo apenas peixes e frutos do mar. Os chocolates não tem, digamos, essa "obrigatoriedade", considera o coordenador da pesquisa, que aproveita para relacionar o poder de compra das famílias em relação aos tradicionais ovos de páscoa. O aumento no valor do produto e a variação elevada entre as marcas comercializadas no mercado, muitas vezes inviabilizam a compra.

"A nossa pesquisa mostra que do universo dos 55% dos entrevistados que disseram estar dispostos a comprar chocolates, 44%, devem investir no máximo R$ 100. Ou seja, para um pai ou uma mãe de família que tem filhos, e muitas vezes, mais de um, esse valor limita bastante a busca por ovos de páscoa devido aos altos preços do produto. Muitos terminam buscando outras alternativas como ovos menores que são vendidos em quantidades ou barras de chocolate", aponta Nogueira.

A pesquisa sobre "A intenção de compra de pescados e chocolates na Semana Santa" foi elaborada através de questionários estruturados, feitos por integrantes da consultoria Projetos Júnior supervisionados pelos consultores. As variáveis econômicas foram relacionadas ao sexo, faixa de renda e nível de escolaridade.

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