CASO MIGUEL

Gerente de operações do prédio onde Miguel morreu discorda de ex-síndico sobre acesso ao local da queda

A Polícia Civil segue com as investigações para concluir o inquérito da morte de Miguel

Robert Sarmento
Robert Sarmento
Publicado em 12/06/2020 às 19:26
Day Santos/TV Jornal
FOTO: Day Santos/TV Jornal

Além da manicure de Sarí Corte Real, o gerente de operações do prédio onde Miguel Otávio Santana morreu também prestou depoimento, nesta sexta-feira (12), na delegacia de Santo Amaro, na área central do Recife. Após ser ouvido pela Polícia Civil, ele concedeu entrevista e afirmou que discorda da fala do ex-síndico do condomínio de luxo Píer Maurício de Nassau, Carlos Nobre, que também já foi ouvido pela polícia.

‘’Nós tivemos algumas declarações do ex-síndico, Carlos Nobre, deixa muito claro que a criança não teria condições de pular a janela e entrar onde estavam os exaustores. Ou seja, fica direcionado que a dona Sarí ou alguém teria colocado a criança lá dentro. Eu discordo plenamente disso. A criança era muito ativa, eu acho que a criança teria condições de entrar e, de repente, aconteceu essa fatalidade’’, afirmou Thomaz Silva, gerente de operações das Torre Gêmeas.

Depoimento da manicure

A manicure que estava no apartamento no dia em que Miguel caiu do 9º andar não quis gravar entrevista e ao ser questionada pela equipe de reportagem da TV Jornal sobre a demora em prestar depoimento na delegacia, Eliane informou que só poderia se pronunciar ao ser intimada. "Eu só podia me pronunciar com o convite da delegacia". O advogado dela, Irineu Ferreira, falou com a reportagem e informou que a cliente foi ao apartamento devido à pandemia do coronavírus e ficou a maior parte do tempo dentro da residência.

Zelador diz que falou à mãe de Miguel

O depoimento do zelador do prédio durou quase uma hora. Apesar do funcionário não gravar entrevista, ele contou que estava próximo à portaria do prédio, quando ouviu um barulho de queda. Foi ele também quem avisou à mãe do menino que alguém havia caído de uma das janelas.

Delegado só vai falar após conclusão do inquérito

Segundo informações apuradas pela reportagem da TV Jornal, o delegado Ramon Teixeira, responsável pelo caso, disse que só vai falar sobre o assunto após a conclusão do inquérito.

Relembre o caso

A morte de Miguel Otávio Santana, de 5 anos, aconteceu dia 02 de junho. O filho da empregada doméstica, Mirtes Renata Souza, ficou sob os cuidados de Sarí - esposa do prefeito de Itamaracá, Sérgio Hacker - enquanto a mãe dele passeava com o cachorro patrões.

Quando o menino quis descer para encontrar a mãe, de acordo com a perícia, Sarí o acompanhou até o elevador de serviço e o deixou sozinho - proibido por lei no Recife. A criança subiu para o 9º andar e caiu de uma altura de 35 metros.

>>Lei no Recife proíbe criança de até 10 anos sozinha em elevador, afirma especialista em segurança

Sarí Corte Real foi indiciada por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, mas foi liberada após pagar fiança de R$ 20 mil e responde em liberdade.

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