Investigação

Prefeito de Camaragibe preso: Defesa diz que prisão foi equivocada

A Policia Civil de Pernambuco concluiu, através da Operação Harpalo, que a Prefeitura  de Camaragibe fraudou diversas licitações

Giovanna Torreão
Giovanna Torreão
Publicado em 25/06/2019 às 16:55
Reprodução/TV Jornal
FOTO: Reprodução/TV Jornal

A defesa do Prefeito de Camaragibe, Demóstenes Meira, entrou com o pedido de Habeas Corpus na manhã desta terça-feira (25). Para a advogada Carolina Amorim, a prisão foi um equívoco. A defesa afirmou ainda que as acusações contra a esposa do prefeito, Tathi Dantas, são infundadas.

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O caso

A Policia Civil de Pernambuco concluiu, através da Operação Harpalo, que a Prefeitura de Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife, fraudou diversas licitações, entre elas a construção de escolas e obras infraestrutura. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (21), em coletiva de imprensa. A segunda parte da Operação Harpalo terminou com a prisão do prefeito de Camaragibe, Demóstenes Meira (PTB), e de mais quatro empresários do ramo da construção civil, nessa quinta-feira (20).

Inicialmente, a polícia estimava que cerca de R$ 1 milhão havia sido pago para as empresas em forma de licitação para supostas obras que nunca existiram. No entanto, ao fechar a Operação Harpalo II, a polícia concluiu que o montante total do desvio de verba pública chegou a R$ 60 milhões, de acordo com a procuradora do Tribunal de Contas do Estado Germana Galvão.

As investigações da Policia Civil apontaram ainda Demóstenes Meira como sendo o líder dessa organização criminosa. Segundo a procuradora, um esquema foi montado para que a mesma empresa ganhasse todas as licitações em Camaragibe. Não havia concorrência, pois todas as propostas pertenciam a um único dono, ainda conforme informações de Germana Galvão. "Eles são oriundos de licitações montadas, porque eram cartas convites sempre dirigidas as mesmas empresas, onde em análise com o tribunal de contas, em conjunto com a Polícia Civil, descobriu que os envelopes nunca foram abertos. As propostas apresentadas por cada uma da empresas estavam do lado de fora dos envelopes e a lei exige que o conteúdo esteja dentro, lacrado e aberto apenas na ata da sessão de julgamento", explica.

Mesmo após a prisão preventiva e o afastamento de 180 dias, o prefeito de Camaragibe poderá ainda voltar ao cargo se for solto, segundo a promotora.

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