Comunidades

Detentos trabalham na contenção dos efeitos das chuvas em Olinda

Os detentos atuam nos serviços de aplicação de lonas plásticas em pontos críticos, limpeza de canaletas e escadarias, e auxiliam na poda de árvores com risco de tombamento

Giovanna Torreão
Giovanna Torreão
Publicado em 23/07/2019 às 18:35
Divulgação / Seres
FOTO: Divulgação / Seres

A equipe da Defesa Civil conta com o reforço de 50 reeducandos, 39 do regime semiaberto e 11 do aberto, no trabalho de minimizar os efeitos das chuvas nas comunidades de Olinda. O grupo atua nas comunidades de Águas Compridas, Alto Sol Nascente, Córrego do Abacaxi, Alto da Bondade, entre outros. Os detentos trabalham nos serviços de aplicação de lonas plásticas em pontos críticos, limpeza de canaletas e escadarias, e auxiliam na poda de árvores com risco iminente de tombamento. Nos últimos dias, foram colocadas mais de 3.814 m² de lonas plásticas.

Eles trabalham no horário das 8h às 16h, recebem pelos serviços um salário mínimo (R$ 998), alimentação e transporte. “Convém destacar que o trabalho permite que esses cumpridores sigam a vida longe do crime, são parcerias importantes para quebrar um ciclo de violência. Apesar da vida pregressa, essas pessoas podem trabalhar parar melhorar a condição de vida da população que vive em área de risco”, explica o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico.

O reeducando Alberes de Souza, 35, cumpre pena no regime semiaberto harmonizado (aquele que com o respaldo do poder judiciário, o apenado, depois do trabalho, pode retornar para casa monitorado por tornozeleira eletrônica), fala das perspectivas para o recomeço. “Muitas vezes não temos ideia de como vamos reiniciar e o trabalho vem para nos dar essa chance, devolver nossa dignidade” conta o apenado. Morador do bairro Sapucaia, ele também já fez reparos no entorno da sua comunidade. “Além de ganhar um salário de forma digna, consigo ajudar meu bairro. Com a equipe, já colocamos lonas nas barreiras, limpamos canaletas e reparamos escadarias”, finaliza Alberes.

“Os reeducandos representam 60% da mão de obra da Defesa Civil de Olinda de forma itinerante, percorrendo todos os bairros do município de forma solícita e muito empenhada”, explica Cristiano Nelson Gonçalves de Arruda, secretário-executivo de Defesa Civil de Olinda.

Pastas

A iniciativa é fruto de uma parceria entre a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) e a gestão municipal. Os reeducandos cumpridores dos regimes semiaberto e aberto são acompanhados pela Secretaria Executiva de Ressocialização e Patronato Penitenciário, respectivamente. Ambos órgãos vinculados à SJDH.

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